11/25/2007

vejam meu flog...:
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Cronologia Vampírica
1047 - Primeiras aparições, na forma escrita, da palavra "upir" (uma forma primitiva da palavra que mais tarde se tornaria "vampiro") num documento se referindo a um príncipe russo como "Upir Lichy", ou vampiro perverso.
1190 - De Nagis Curialium, de Walter Map, inclui relatos de seres vampíricos na inglaterra.
1196 - Chronicles, de William de Newburgh, registram diversas histórias de fantasmas vampíricos na Inglaterra.
1428/1429 - Nasce Vlad Tepes, filho de Vlad Dracul.
1436 - Vlad Tepes se torna príncipe da Wallachia e se muda para Tirgoviste.
1442 - Vlad Tepes é aprisionado com seu pai pelos turcos.
1447 - Vlad Dracul é decapitado.
1448 - Vlad conquista brevemente o trono da Wallachia. Destronado, vai para a Moldávia e se torna amigo do príncipe Stefan.
1451 - Vlad e Stefan fogem para a Transilvânia.
1455 - Queda da Constantinopla.
1456 - John Hunyadi ajuda Vlad Tepes a conquistar o trono da Wallachia. Vladislav Dan é executado.
1458 - Mathias Corvinus sucede a John Hunyadi coo rei da Hungria.
1459 - Massacre dos boiardos na Páscoa e reconstrução do Castelo de Drácula. Bucareste é estabelecida como o segundo centro de governo.
1460 - Ataque sobre a cidade de Brasov, na Romênia.
1461 - Campanha bem sucedida contra os agrupamentos turcos ao longo do Danúbio. Retirada, no verão, para Tirgoviste.
1462 - Após a batalha no Castelo de Drácula, Vlad foge para a Transilvânia . Vlad inicia um período de treze anos na prisão.
1475 - Guerras de verão na Sérvia contra os turcos. Novembro: Vlad retoma o trono da Wallachia.
1476/1477 - Vlad é assassinado.
1560 - Nasce Elizabeth Bathory.
1610 - Bathory é presa por ter matado centenas de pessoas e ter nadado em seu sangue. Julgada e condenada, é sentenciada à prisão perpétua.
1614 - Elizabeth Bathory morre.
1645 - Leo Allatius acaba de escrever o primeiro tratado moderno sobre os vampiros, De graecorum hodie quirundam opinationabus.
1657 - Fr. Françoise Richard escreve Relation de ce qui s'est passé à Sant-Erini Isle de l'Archipel ligando o vampirismo à bruxaria.
1672 - Onda de histeria vampírica varre Istra.
1679 - Philip Rohr escreve De Masticatione Mortuorum, um texto alemão sobre vampiros.
1710 - A histeria do vampiro varre a Prússia oriental.
1725 - A histeria do vampiro volta à Prússia oriental.
1725/1730 - A histeria do vampiro continua na Hungria.
1725/1732 - A onda da histeria do vampiro na Sérvia austríaca produz os famosos casos de Peter Plogojowitz e Arnold Paul (Paole).
1734 - A palavra vampyre entra para a língua inglesa traduzida de relatos alemães sobre as ondas de histeria vampírica européias.
1744 - O Cardeal Giuseppe Davanzati publica seu tratado Dissertazione sopre I Vampiri.
1746 - Dom Augustin Calmet publica seu tratado sobre os vampiros, Dissertations sur les Apparitions des Anges, des Démons et des Esprits, et sur les revenants, et Vampires de Hundrie, de Bohême, de Moravie, et de Silésie.
1748 - É publicado o primeiro poema moderno de vampiros, " Der Vampir", por Heinrich August Ossenfelder.
1750 - Outra onda de histeria vampírica ocorre na Prússia oriental.
1756 - A histeria do vampiro atinge o pico na Wallachia.
1772 - A histeria do vampiro ocorre na Rússia.
1797 - Publicação do poema de Goethe "Bride of Corinth" (poema concernente ao vampiro).
1780/1800 - Samuel Taylor Coleridge escreve "Christabel", considerado hoje como o primeiro poema sobre vampiros em inglês.
1800 - I Vampiri, ópera de Silvestro de Palma, estréia em Milão, Itália.
1801 - "Thalaba", de Robert Southey, é o primeiro poema a mencionar a palavra vampiro em inglês.
1810 - Circulam no norte da Inglaterra relatos de ovelhas com a jugular cortada e o sangue drenado. Publicação de "The Vampyre", de John Stagg, um dos primeiros poemas sobre vampiros.
1813 - O poema de Lord Byron, "The Giaour", inclui o encontro de um herói com um vampiro.
1819 - The Vampyre, de Jonh Polidori, a primeira história de vampiros em inglês, é publicada na edição de abril do New Monthly Magazine. John Keats compôe "The Lamia", um poema calcado em antigas lendas gregas.
1820 - Lord Ruthwen ou Les Vampires, de Cyprien Berard, é publicado anonimamente em Paris, em 13 de junho; Le Vampire, a peça de Charles Nodier, estréia no Théâtre de la Porte Saint-Martin, em Paris; agosto: The Vampire; or The Bride of the Isles, uma tradução da peça de James R. Planché, estréia em Londres.
1829 - Março: a ópera de Heinrich Marshner, Der Vampyr, baseada na história de Nodier, estréia em Leipzig.
1841 - Alexey Tolstói publica seu conto, "Upyr", quando morava em Paris. É a primeira história moderna sobre vampiros escrita por um russo.
1847 - Nasce Bram Stoker. Começa a longa seriação de Varney the Vampire.
1851 - A última obra dramática de Alexandre Dumas, Le Vampire, estréia em Paris.
1854 - O caso do vampiro na família Ray, de Jewett, Connecticut, é publicado nos jornais locais.
1872 - Sheridan Le Fanu escreve "Carmilla". Vincenzo Verzeni, na Itália, é condenado por assassinar duas pessoas e por beber seu sangue.
1874 - Relatos de Ceven, na Irlanda, informam que ovelhas tiveram seus pescoços cortados e seu sangue drenado.
1888 - Editado o Land Beyond the Forest, de Emily Gerard. Vai se tornar a fonte principal de informações sobre a Transilvânia para o Dracula, de Bram Stoker.
1894 - O conto de H. G. Wells, "The Flowering of the Stange Orchid", é o precursor das histórias de ficção científica sobre vampiros.
1897 - Dracula, de Bram Stoker, é publicado em Londres. "The Vampire", de Rudyard Kipling, se torna uma inspiração para a criação do vampiro como personagem estereotipado no palco e na tela.
1912 - The secret of House Nº 5, possivelmente o primeiro filme sobre vampiros, é produzido na Grã-Bretanha.
1913 - É publicado Dracula´s Guest, de Stoker.
1920 - Dracula, o primeiro filme baseado no livro, é produzido na Rússia. Não há cópias.
1921 - Cineastas húngaros produzem uma versão de Dracula.
1922 - Nosferatu, um filme mudo alemão, é produzido pela Prana Films, é a terceira tentativa de filmar Dracula.
1924 - A versão de Dracula para o palco, de Hamilton Deane, estréia em Derby. Fritz Haarmann, de Hanover, Alemanha, é preso, julgado e condenado pr matar mais de vinte pessoas numa orgia criminal vampírica. Sherlock Holmes tem seu único encontro com um vampiro em "The case of the Sussex Vampire".
1927 - 14 de fevereiro: versão para o palco de Dracula estréia no Little Theatre de londres. Outubro: a versão americana de Dracula, estrelando Bela Lugosi, estréia no Fulton Theatre de new York. Tod Browning dirige Lon Chaney em London After Midnight, o primeiro longa metragem sobre vampiros.
1928 - A primeira edição do influente trabalho de Montague Summers, The Vampire: His Kith and Kin, aparece na Inglaterra.
1929 - O segundo livro de Montague Summers, The Vampire in Europe, é publicado.
1931 - Janeiro: avant-première da versão espanhola Dracula. Fevereiro: versão americana para o cinema, Dracula, com Bela Lugosi, estréia no Roxy Theatre, em New York. Peter Kürten, de Dusseldorf, Alemanha, é executado após ser julgado culpado de assassinar várias pessoas numa orgia vampírica.
1932 - Lançado o altamente aclamado filme Vampyr, dirigido por Carl Theodor Dreyer.
1936 - Lançado o filme Dracula´s Daughter, pela Universal Pictures.
1942 - "Asylum", a primeira história sobre um vampiro alienígena, de A.E. Van Vogt.
1943 - Son of Dracula ( Universal Pictures) com Lon Chansey, Jr., como Dracula.
1944 - John Carradine interpreta Drácula pela primeira vez em Horror of Frankenstein.
1953 - Drakula Istanbula, um filme turco adaptado de Dracula, é lançado. Eerie Nº8 inclui a primeira história em quadrinhos adaptada de Dracula.
1954 - O Código das Histórias em Quadrinhos bane os vampiros. I Am Legend, de Richard Matheson, apresenta o vampirismo como uma doença que altera o corpo.
1956 - John Carradine interpreta Drácula na primeira adaptação para a televisão no programa Matinee Theater. Kyuketsuki Ga, o primeiro filme japonês sobre vampiros é lançado.
1957 - O primeiro filme italiano sobre vampiros, I Vampiri, é lançado. O produtor americano Roger Corman faz o primeiro filme de ficção científica sobre o vampiro, Not of This Earth. El Vampiro, com German Robles, é o primeiro de uma série de filmes mexicanos sobre vampiros.
1958 - A Hammer Films, da Grã-Bretanha, inicia uma nova onda de interesse pelos vampiros com o seu primeiro filme Dracula, lançado nos Estados Unidos como The Horror of Dracula. O primeiro número de Famous Monsters of Filmland assinala um novo interesse pelos filmes de horror nos Estados Unidos.
1959 - Plan 9 from Outer Space é o último filme de bela Lugosi.
1961 - The Bad Flower é a primeira adaptação coreana de Dracula.
1962 - Fundação da Count Dracula Society, em Los Angeles, por Donald Reed.
1964 - Parque de Juegos é o primeiro filme sobre vampiros produzido na Espanha.
1964 - The Munsters e A Família Addams, duas comédias de horror com personagens vampíricos, abrem a temporada de outono na televisão.
1965 - Jeanne Youngson funda The Count Dracula Fan Club. The Munsters, baseado na série de TV do mesmo nome, é a primeira série de histórias em quadrinhos que destaca um personagem vampírico.
1966 - Dark Shadows estréia na rede ABC, na programação da tarde.
1967 - Abril: no episódio210 de Dark Shadows, o vampiro Barnabas Colins faz sua primeira aparição.
1969 - O primeiro número de Vampirella, a história em quadrinhos de maior duração até hoje, é lançado. Denholm Elliot faz o papel título na série Dracula, produção televisiva da BBC. Does Dracula Really Suck? (Dracula and the boys) é lançado como o primeiro filme a apresentar um vampiro gay.
1970 - Christopher Lee estrela em El Conde Dracula, adaptação espanhola de Dracula. Sean Manchester funda The Vampire Research Society.
1971 - A Marvel Comics lança a primeira cópia de um livro sobre vampiros pós-Código das Histórias em Quadrinhos, The Tomb of Dracula. Morbius, o Vampiro Vivo, é o primeiro novo personagem introduzido após a revisão do Código que permitiu o reaparecimento de vampiros em histórias de quadrinhos.
1972 - The Night Stalker, com Davis McGavin, se torna o filme de TV mais assistido até essa data. Vampire Kung-Fu é lançado em Hong Kong como o primeiro de uma série de filmes de artes marciais vampíricos. In Search of Dracula, de Raymond T. McNally e Radu Florescu, introduz Vlad, o Empalador, o Drácula histórico, ao mundo dos fãs do vampiro conteporâneo. A Dream of Dracula, de Leonard Wolf, complementa o trabalho de McNally e de Florescu ao chamar atenção para a lenda do vampiro. True Vampires of History, de Donald Glut, é a primeira tentativa de juntar as histórias de todas as figuras históricas de vampiros. Stephen Kaplan funda The Vampire Research Center.
1973 - A versão Dracula, da Dan Curtis Productions, apresenta o ator Jack Palance num filme feito para a TV. Vampires, de Nancy Garden, inicia uma onda de literatura juvenil para crianças e jovens.
1975 - Fred Saberhagen propõe que se veja Drácula mais como herói do que como vilão em The Dracula Tape. The World of Dark Shadows é fundada como a primeira fanzine Dark Shadows.
1976 - Publicação do livro Interview with the Vampire, de Anne Rice. Stephen King é recomendado para o World Fantasy Award por seu romance Salem´s Lot. Shadowcon, a primeira convenção nacional Dark Shadows, é organizada pelos fãs de Dark Shadows.
1977 - Uma nova e dramática versão de Dracula estréia na Broadway, com Frank Langella. Louis Jordan faz o papel principal em Count Dracula, uma versão de três horas do romance de Bram Stoker, na TV BBC. Martin V. Riccardo funda o Vampire Studies Society.
1978 - O livro Hotel Transylvania, de Chelsea Quinn Yarbro, junta-se aos volumes de Fred Saberhagen e Anne Rice como um terceiro grande esforço para iniciar uma reavaliação do mito do vampiro durante a década. Eric Held e Dorothy Nixon fundam o Vampire Information Exchange.
1979 - Baseado no sucesso da nova produção da Broadway, a Universal Pictures refilma Dracula (1979), com Frank Langella. A gravação pela banda Bauhaus de "Bela Lugosi's Dead", torna-se o primeiro sucesso do novo movimento rock gótico. Shadowgram é fundada como uma fanzina Dark Shadows.
1980 - A Bram Stoker Society é fundada em Dublin, na Irlanda. Richard Chase, conhecido como o Drácula assassino de Sacramento, Califórnia, comete suicídio na prisão. A World Federation of Dark Shadows Clubs (atualmente Dark Shadows Official Fan Club) é fundada.
1983 - Na edição de dezembro de Dr. Strange, o ás ocultista da Marvel Comics mata todos os vampiros do mundo, banindo-os assim das histórias em quadrinhos pelos seis anos seguintes. É fundado o Dark Shadows Festival para anfitriar a convenção anual de Dark Shadows.
1985 - Publicação do livro The Vampire Lestat, de Anne Rice, que alcança a lista dos best-sellers.
1989 - A derrubada do ditador romeno Nicolae Ceaucescu abre a Transilvânia para os fãs de Drácula. Nancy Collins ganha o Bram Stoker Award por seu romance Sunglasses After Dark.
1991 - Vampire: The Masquerade, o mais bem sucedido role playing game (RPG), é lançado por White Wolf.
1992 - Estréia Bram Stoker´s Dracula, dirigido por Francia Ford Coppola. Andrei Chikatilo, da Rússia, é condenado à morte após matar e vampirizar cerca de 55 pessoas.
1994 - A versão cinematográfica de Interview with the Vampire, de Anne Rice, estréia com Tom Cruise no papel do vampiro Lestat e Brad Pitt como Louis.
Fonte: O Livro dos Vampiros - A Enciclopédia do Mortos-Vivos - J. Gordon Melton - Editora Makron Books.

11/17/2007

Estou pensando em escrever algo sobre o que anda ocorrendo comigo...
recebo visitas noturnas ...
de uma pessoa...
da qual as sensações eu descrevi na postagem abaixo
...
não posso afirmar ser real...
mas eu acredito
...
eu o que sinto, no entanto...
aversa a seus pedidos... terei de incluir essas sesnções e momentos no texto que eu quero escrever
...
espero que nada de estranho possa ocorrer...
...
um ponto do qual terei de incluir, será o primeiro momento, estou trabalhando na linguagem ainda... Não esta do modo a qual eu queria, mas posso melhorar :
"Minha primeira noite de exacerbada insônia...
uma menina.... uma juventude abalada pelo poderia ser o sinal de mente lascivamente traumática
porém, desejosa de amores e sabedoria ( palavra e ideia que arruinou Faust, como é de consciencia, ele se redimiu)
Uma noite normal, minha oração como era de posse das gerações, e o sono vinha ... como que figindo... não conseguia maneja-lo para poder enfim descançar...
Uma estrutura corpórea surgiu em meu olhos, em meus olhos por que não diane deles...
parecia um anjo ... com aqueles descritos na biblia...
cabelos negros, não penteado, cor branquissíma, confundida com a luz que se esvaia, seus olhos não era celestiais...
suas asas desceram a terra e acordei vendo a estrutura saindo da minha porta...
olhos negros, expressivamente conscupicinetes, lúgebres....
Não era um anjo."



Gostaram?
Tenho que mecher mais nele...
ta fraco.. escrevi agora..mesmo...
Nada posso contra ti, o amo, o idolatro. Não adianta me perseguir, sou sua até que meus tempos não possam mais contra mim.
Sei que suas visitas às vezes me incomodam, mas impressionam-me.
Seus olhos me entorpecem, como se fosse o cheiro de uma rosa, que ao ser exalado por meu cérebro, entro em um enleio enlouquecido.
Nos meus sonhos, o protejo, o amo, vôo em seus braços por entre nuvens negras, mas a seu lado, não vejo nada de mal.
Nossa valsa é perceptível até mesmo em outras via lácteas. Nada posso com seus braços e seus olhos, seu cheiro. Sei que você existe e sei que sou sua. Sei que você me guia e sei que meu amor o faz viver e esperar.
Quando penso e acredito que você esta a meu lado, todas minhas vontades me surpreendem com sorrisos e lascivas.
Eu sinto nas minhas noites mais tristes suas mãos me acariciando, dos meus braços ao pescoço, do meu ventre as minhas pernas e sei que você sussurra seu amor em meus pensamentos.
Estarei sempre a seu lado e sempre você do meu, mesmo que a eternidade me apodreça para que após todo processo de provações possamos nos ver finalmente. A fuga é para os vivos e tolos. Somos-nos fiéis as nossas concupiscentes lembranças e a chance de podermos passar noites de sono no paraíso do céu negro, nosso lar libertino












Sempre tive sonhos com uma pessoa... muito interessante
e desde de então ... essa pessoa começou a ser mais presente em minha imaginação ...
de chegara algunspontos de
ela me ajudar a tomar decisões...
eu ja a vi,...
presente em minha frente...
...
nada posso mais dizer...

10/19/2007

Johann Wolfgang Von Goethe(1749-1832)


BIOGRAFIA

Goethe. Escritor alemão autor de uma gigantesca produção literária. Escreveu principalmente poesias e peças de teatro.
Johann Wolfgang von Goethe, nasceu em 28 de agosto de 1749 em Frankfurt am Main (sobre o rio Meno), Alemanha, e faleceu em março de 1832, aos 82 anos, em Weimar. Filho mais velho de um advogado rico, Johan Kaspar Goethe, e de uma aristocrata de Frankfurt, Katharine Elizabeth Textor, teve, de acordo com sua autobiografia, uma infância cercada de estimulação e conforto, e recursos para uma juventude boêmia e tão emocionalmente febril que algumas vezes chegou a recear perder a razão. De seus sete irmãos, apenas sua irmã Cornélia, nascida em 1750, sobreviveu.
Durante a Guerra dos Sete Anos envolvendo a França, a Áustria e a Rússia de um lado, e do outro a Inglaterra e a Prússia, de complexos e inextricáveis motivos, aconteceu que tropas franceses ocuparam Frankfurt e seu comandante foi alojado na casa de Goethe, para desconforto da família e irritação de seu pai que não era simpático aos franceses. Dessa época Goethe guardava algumas lembranças desagradáveis, como a reprovação paterna por ele assistir ao teatro encenado por atores franceses e também pelo escândalo armado em torno de seu amor infantil por Gretchen, uma menina que tentou tirar vantagem da paixão do garoto com prejuízo para a família.
Sua instrução nos primeiros anos foi dada por seu pai, e depois continuada por mestres contratados como tutores. Em outubro de 1765, aos 16 anos, iniciou estudos de Direito na universidade de Leipzig, cidade da qual logo descobriu o lado boêmio e a qual considerava uma pequena Paris. Lá estudou também desenho, e desenvolveu interesse pela pintura.
Obcecado por sexo, Goethe tinha as mulheres como indispensáveis energizadoras do corpo, e civilizadoras do espírito do homem, e fonte de sua vida criativa. Em Leipzig Goethe apaixonou-se por Anna Katharina Schonkopf, filha de um comerciante de vinhos local. Escreveu Das Leipziger Liederbuch, inspirado nesse amor. Em 1768 retornou para casa em Frankfurt a fim de recuperar a saúde, debilitada pelos excessos da vida em Leipzig. Enquanto convalescia ocupou-se de leituras, introspecção religiosa, e experiências com alquimia e astrologia. Após sua recuperação os pais o enviaram a Strasbourg, capital da Alsácia, uma cidade que era francesa porem de forte cultura alemã, a fim de prosseguir seus estudos de Leis.
No inverno de 1770-1771 Goethe, já advogado, participa no movimento Sturm und Drang ("Tempestade e impetuosidade") liderado por Johan Gottfried Herder, de quem se fizera amigo. Esse movimento, que teve curta duração, propunha um estilo novo na literatura e no teatro, com uma linguagem cheia de vitalidade primitiva, em contrastante com a afetação gentil de origem francesa própria da literatura de sua época. A peça Geschichte Gottfriedens von Berlichingen mit der eisernen Hand dramatisiert ("História de Gottfriedens von Berlichingen dramatizada com mão de ferro") escrita de 1771-1773, e o seu poema Prometheus, que exorta o homem a acreditar, não nos deuses, mas em sua própria força, estão vazados nesse novo estilo de linguagem direta, no qual também escreve poemas para sua nova paixão, Frederica Brion, filha do pastor de Sessenheim, uma pequena vila cerca de 40 quilômetros a nordeste de Strasbourg, à margem da ferrovia para Lauterstein.
Após terminar o romance com Frederica, Goethe retornou a Frankfurt onde, de 1771 a 72, advogou, escreveu poesia e teatro, e colaborou no Frankfurter Gelehrte Anzeigen. Por força do seu trabalho jurídico, passou quatro meses em Wetzlar, sede da corte de justiça imperial. Enquanto advogou em Wetzlar, ainda em 1772, enamorou-se de Charlotte Buff, a noiva de um colega, uma paixão que quase o levou ao suicídio.
Em 1774, Goethe mudou-se para Wetzlar onde escreveu versos ainda sob a influência dos antigos, imitando a Píndaro, poeta grego, e dedicados às suas paixões do momento. No mesmo ano publicou sua primeira história auto-reveladora, Die Leiden des Jungen Werthers ("As desventuras do jovem Werther ") contando seu desesperado amor por Charlotte Buff. O personagem Werther, que comete suicídio, torna-se o protótipo do herói romântico. Curou-se com outra paixão, desta vez por Maximiliane von La Roche, filha da escritora Sophie von La Roche.
Uma nova paixão inspiradora desenvolveu em 1775 o levou a noivar com Lili Schonemann, que vivia com a mãe, viuva de um rico banqueiro de Frankfurt e figura da elite social da cidade. Lili o inspirou a escrever duas operetas Erwin und Elmire e Claudine von Villa Bella. O pouco interesse em participar do círculo da aristocracia local fez arrefecer sua paixão e o levou a romper o noivado.
Ainda em 1775, ano de muitos eventos em sua vida, Goethe fez uma viagem à Suíça com os amigos Conde von Haugwitz e Friedrich Leopold, Conde de Stolberg, este um ano mais moço que ele e acabara de completar seus estudos na universidade. Neste ano escreveu também Stella, a história de um homem, Fernando, que encontra um modo de conciliação entre sua mulher Cecília e sua amante Stella: viverem juntos os três. A peça provocou protestos e Goethe viu-se obrigado a modificar a solução dada, promovendo o suicídio de dois personagens da trama.
Em fins de 1774, Carlos Augusto, jovem duque de Saxe-Weimar-Eiisenach, havia passado por Frankfurt a caminho de Paris e convidara o poeta para visitar Weimar, a capital do ducado. Em 1975, depois de herdar o governo do Ducado, o príncipe repetiu o convite e Goethe aceitou. No mesmo ano mudou-se para Weimar, disposto a viver os prazeres da corte. Em pouco tempo a população o acusava de desencaminhar o príncipe, que reagiu fazendo o poeta comprometer-se com setores do governo que deixou a seu cargo. Era parte de seu trabalho, como ministro do pequeno principado, inspeccionar minas, supervisionar a irrigação do solo, providenciar uniformes para a pequena milícia, e outros afazeres administrativos.
Os duros afazeres de seu cargo obrigaram-no a deixar de lado obras já iniciadas, como Egmont, Faust, Torquato Tasso e Iphigenie auf Tauris. Mas não o distraíram de sua obsessão pelas mulheres. Seu grande amor na época foi Charlotte von Stein, mulher de outro funcionário palaciano. Frau von Stein dominou a vida do poeta por 12 anos, "O belo talismã de minha vida", como ele próprio a chamava, mulher de gosto refinado, era mais velha que ele 7 anos, e mãe de sete filhos. Ele a conheceu quando tinha 26 anos e ela 33 e chegou a escrever-lhe mais de 1.500 cartas.. Esta paixão inspirou o Die Geschwister e outros poemas.
Em 1777 perdeu sua irmã Cornélia, falecida com apenas 27 anos.
Por volta de 1780 já era fanado o movimento Sturm und drang e Goethe havia retornado ao humanismo clássico. Então, juntamente com Herder, foi membro da sociedade secreta os Illuminati, a qual, a partir de 1780 foi conhecida como "Maçonaria Iluminada", alcançou grande prestígio entre as elites européias, sendo extinta pelo governo da Bavária, que instituiu em 1787 pena de morte para os membros recalcitrantes.
No outono de 1786, Goethe decidiu sacudir o jugo de seu cargo e viajou subitamente para a Itália. Estava no famoso balneário de águas quentes de Karlovy Vary, mais conhecido pelo nome alemão de Karlsbad (hoje na República Checa), quando escapou numa diligência postal levando consigo, além da roupa do corpo, apenas um bornal. Adotou um nome falso e passou incógnito por Munich, Brenner, Lago di Garda, Verona e Veneza. Em Roma, encontrou a colônia de artistas alemães que o recebeu com grande simpatia, ele próprio passando por pintor. No ano seguinte viajou a Nápoles e Sicília.
Desistindo da pintura, ainda em Roma voltou à literatura. Escreveu a peça dramática Iphigenie Auf Tauris ("Ifigênia na Táurida"), concluída em Roma em 1787. Publicaria posteriormente o diário da sua estada na Itália, sob o título Italianische Reise ("Viagem Italiana").
É de 1788 Egmont, tragédia de fundo político, em 5 atos, que se passa em meados do século XVI e que tem por cenário a luta dos holandeses contra o domínio espanhol. Egmont, que acaba traído, preso e condenado à morte, quer a liberdade por via negociada. O príncipe Guilherme de Orange, seu amigo, quer a luta armada. Ao ver o fim que esperava Egmont, sua amante Clarinda comete o suicídio.
De sua viagem à Itália, que findou em 1788, o principal produto foi Romische Elegien ("Elegias romanas") poemas sensuais escritos de 1788 a 1789, nos quais admira os vestígios da Antigüidade clássica e louva os antigos. Estava então amasiado com Christiane Vulpis, filha de um funcionário humilde do ducado. Com Christiane ele montou um lar depois que ela lhe deu o filho August, o mais velho e único sobrevivente de 5 crianças, mas somente se casaram em 1806. Até seu casamento apresentou a jovem Christiane como governanta de sua casa.
Em Weimar, uma das poucas casas que aceitavam receber Goethe e Christiane era a de frau Schopenhauer, mulher que, deixada viuva, adotara o amor livre e atraia a boemia de Waimar. Sempre censurada pelo filho, o filosofo Arthur Schopenhauer, que repudiava seu modo de vida, brigou com ele para nunca mais se verem.
É de 1790 a peça teatral Torquato Tasso, que aborda as dificuldades da linguagem e o problema do conflito entre o compromisso social do poeta e de como preservar sua individualidade.
Friedrich von Schiller (1759-1805), outra importante figura da literatura alemã, passa a residir em Weimar em 1794 e se torna grande amigo de Goethe. As cartas trocadas por ambos encheram quatro volumes impressos. Schiller estimulou-o a continuar a escrever o Fausto, do qual Goethe havia publicado a primeira parte em 1790. Nos anos seguintes Goethe contribuiu para o jornal de Schiller Die Horen, publicou Wilhelm Meisters Lehrjahre em 1795-96, e continuou a escrever em seu próprio jornal literário Propyläen.
Já sem os seus compromissos no governo de Weimar, Goethe continuou porém diretor do teatro da corte até 1817. Também acompanhou o Duque Garlos Augusto na campanha de 1792 em território francês, que culminou com a batalha de Valmy, um desastre que ele narra em duas obras Campagne in Frankreich-1792 e Belagerung von Mainz. A idéia das forças austro-prussianas era restaurar no trono Luiz XVI, deposto pela Revolução Francesa e cujo fado estava para ser a morte na guilhotina pouco depois.
Goethe dedicou-se em 1795 e o ano seguinte ao romance Wilhelm Meisters Lehrjahre ("Os anos de aprendiz de Wilhelm Meister"), que segue o mesmo tema da relação do homem com a sociedade abordado em Torquato de Tasso, com a exortação de que o homem deve se descobrir a si mesmo em meio aos diversos encargos e provas da vida em sociedade,
Em 1803 para ajudar seu amigo o médico, poeta e filósofo Schelling, empenhou-se no caso do divórcio da escritora Carolina Schlegel, que separou-se de Augusto Wilhelm von Schlegel, um intelectual professor na Universidade de Jena, para casar-se com Schelling em 1803. Com seu prestígio pessoal, interferiu também para que Hegel fosse nomeado professor extraordinário da universidade de Berlim em 1805. A morte de Schiller, no mesmo ano, o deixou abalado e em sua homenagem escreveu Epilog zu Schillers Glocke.
Em 1806 Weimar foi invadida pelos franceses e o medo do que podia acontecer a seus bens levou Goethe a casar-se com Christiane Vulpius. A ela devia os cuidados e a dedicação que lhe salvaram a vida naquele ano, quando esteve gravemente doente.
Napoleão, ao invadir a Alemanha em 1808, quis ver o escritor, em cujo nome só se falava. Goethe foi ao seu encontro no Congresso de Erfurt,, e foi por ele condecorado com a grande cruz da Legião de Honra.
Em 1808 Goethe publicou a primeira parte do seu longamente preparado Fausto. Nesta primeira parte, o demônio, Mefistófeles, obtém permissão nos céus para tentar Fausto, um intelectual desiludido com o mundo. Em seu gabinete, Fausto medita sobre sua existência e o sentido da vida, que não consegue desvendar; e pensa em suicídio. O demônio se apresenta e lhe propõe: acompanhá-lo em sua vida terrena, em troca de sua alma, no além. Fausto é levado a conhecer Gretchen, uma jovem angelical por quem se apaixona. Um sonífero dado à mãe da moça possibilita que Fausto passe a noite com ela e a engravide. Ao tomar conhecimento dos fatos, Valentim, irmão de Gretchen, briga com Fausto que acaba por matá-lo e fugir. Desesperada Gretchen escuta a voz incriminadora de sua consciência e mata a criança. Mais tarde Fausto encontra Gretchen louca e encarcerada para ser executada.
Seu biógrafo mais recente, Daniel Wilson, informa que Goethe, como conselheiro em Weimar, havia recomendado por escrito a pena de morte para os casos de infanticídio. Outros membros do conselho do Ducado fizeram coro com ele, resultando a condenação e execução de Anna Catharina Hoehne por esse crime, em 1783.
É sabido que a idéia original do Fausto não é uma criação de Goethe. O escritor alemão dramatizou um relato histórico sobre um verdadeiro Fausto, que viveu na Alemanha no final do século XVI. Era um mágico, astrólogo e alquimista, que andava pelo país gabando-se de poder predizer o futuro e explorando a credulidade do povo ignorante e supersticioso, e dele se dizia que tinha parte com o demônio. Uma das testemunhas da sua existência foi Agrippa von Nettesheim. Segundo um crítico de Goethe, a história do verdadeiro Fausto foi contada primeiro por Christopher Marlowe em um drama impresso em Frankfurt em 1587. De acordo com a peça, Gregorius Faustus, ou Gregorius Sabellicus Fautus Junior (c 1480-1510/1), estudou teologia em Wittenberg, mas, arrogante e superficial, e desejando conhecer todas as coisas na terra e nos céus, recorreu à magia e invocou o Demônio. O Demo lhe aparece, com o nome de Mefistófeles e faz com ele um trato: concorda em ser seu criado por 24 anos, porém com direito à sua alma. O contrato é selado com o sangue de Fausto, que daí em diante tem uma vida de maravilhosas aventuras. Mas, ao final do prazo, é levado pelo demônio e seu corpo sem vida é encontrado na calha do esgoto público.
Goethe deu ao seu "Fausto" um final diferente, permitindo que ele fosse salvo. A segunda parte, com um tema algo diverso, foi publicada mais tarde em 1832.
No início do mesmo ano da publicação da primeira parte do "Fausto", 1808, Goethe começou a escrever Der Wahlverwandtschaften ("Afinidades eletivas"), que terminaria ao final do ano seguinte. Este romance está centrado na análise moral e psicológica do jogo de atratividade e repulsa entre casais ligados por atrações inevitáveis e trata da explosão da paixão em um mundo cuja ordem é por demais frágil para suportar essa invasão. Fala de afinidades magnéticas animais que atrairiam os seres humanos entre si do mesmo modo que os elementos químicos. Nele Goethe considera o matrimônio uma "síntese de impossibilidades". O livro é contemporâneo de seu amor por Minna Herzlieb, uma jovem de dezoito anos, inspirado pelo amor a Minna Herzlieb, filha adotiva de seus amigos Frommann, livreiros em Jena, sendo ele sessentão. A obra foi considerada imoral e levantou protestos.
Na ocasião fez também uma incursão pela ciência, marcada por uma infeliz teoria da luz, que ele propôs na obra Zur Farbenlehre ("Teoria das cores" - 1810), ignorando as descobertas de Newton, e também por suas idéias sobre a "metamorfose das plantas", contida no seu Die Metamorphose der Pftanzen Zu Erklaren, de 1790, muito criticada pelos botânicos. Entre suas últimas obras conta-se sua autobiografia, Dichtung und Wahrheit (Poesia e Verdade"), de 1811.
Christiane, sua mulher, veio a falecer em 1816, e no ano seguinte ele deixou a direção do Teatro de Weimar, ano em que também seu filho se casa.. De 1816 a 1817 publicou Italianische Reise, I-II ("Viagem à Itália"), já referido.
Em 1819, quando namora Mariana Von Willemer, jovem de 18 anos, mulher de seu amigo Von Willemer, escreveu West-östlicher Divan ("Divã do Leste e Oeste"-1819). Essa obra, impregnada de formas e imagens orientais, não foi idéia original de Goethe, pois inspirou-se na versão dos poemas persas de Hafiz, traduzidos por Joseph, Barão von Hammer-Purgstall (1774-1856), um renomado orientalista e diplomata austríaco mais jovem que ele. No mesmo ano publicou também Trilogie der Lindenschuaf.
Em 1823, Goethe tem um secretário, Jean-Pierre Eckermann, que irá auxiliá-lo na escrita e revisão de seus trabalhos em seus nove últimos anos de atividade.
Uma última paixão pela jovem Ulrique von Levetzow marca seu final de vida e lhe inspira l'Élégie de Marienbad, enquanto também trabalha a obra de maior fôlego, Wilhelm Meisters Wanderjahre oder Die Entsagenden ("Os anos de viagem de Wilhelm Meister ou os Renunciantes") escrita de 1821 a 1829, na qual aborda o tema da busca de uma ordem de vida que englobasse as diferenças individuais, mas que haveria de requerer para isto um certo grau de sacrifício e de renuncia.
Em 1830, perdeu seu filho único, August, que lhe deixou três netos.
Goethe continuou criativo até seus últimos anos. Em 1832 é conhecida a segunda parte do Fausto. Mefistófeles leva Fausto à corte e ambos salvam o império da falência. O imperador exige, como prova das artes mágicas de Fausto, que ele faça aparecer Helena e Paris, figuras da mitologia grega. Fausto realiza a proeza, mas desmaia ao tentar abraçar Helena. Juntamente com seu ex-criado, que havia conseguido produzir um homem artificial, o. Homúnculos, segue para a Grécia, à procura de Helena. Na Grécia o Homúnculos deseja adquirir proporções normais e, aconselhado por Proteus, que que tem o poder de tudo transformar, mergulha no mar, porém nas águas se transforma em luz fosforescente. Fausto encontra Helena e fogem para se casar em um castelo medieval. Com ela Fausto tem um filho, mas Helena volta ao reino das sombras. Fausto apoia o imperador que está ameaçado por uma revolta e, com a ajuda de Mefistófeles, vence o inimigo. Como recompensa recebe terras e almeja uma vida tranqüila. Porém tem que lutar contra quatro mulheres que representam a Culpa, a Carência, a Preocupação e a Necessidade. Não consegue vencer a Preocupação, que o atinge e o cega. Morre desejando uma sobrevida espiritual e, por essa sua fé, os anjos salvam sua alma e Mefistófeles perde o jogo. Em 1832, a 22 de março, Goethe veio a falecer em sua casa, em Weimar.Fonte:COBRA, Rubem Queiroz - NOTAS: Vultos e episódios da Época Contemporânea. Site
www.cobra.pages.nom.br,INTERNET, Brasília, 2003.CRONOLOGIA 1749 – Aos 28 de agosto, em Frankfurt-sobre-o-Meno, nasce Johann Wolfgang Goethe, filho de Johann Kaspar e Katharina Elizabeth Goethe.1759 – Em janeiro, Frankfurt é invadida pelos franceses.1765 – Em outubro, Goethe começa a cursar a universidade, em Leipzig.1766 – Conhece Anette Schömkopf, inspiradora de seus primeiros poemas.1768 – Gravemente enfermo, volta a Frankfurt.1770 – Em Strasburgo, estuda direito, medicina, história e ciências políticas. Conhece Herder.1771 – Licencia-se em direito. Em novembro, escreve a primeira versão do drama "Götz von Berlichingen".1772 – Apaixona-se por Charlotte Buff.1773 – Publica a segunda versão de "Götz von Berlinchingen". Inicia "Fausto; uma Tragédia".1774 – Publica "Os Sofrimentos do Jovem Werther".1775 – Na Páscoa, fica noivo de Lili Schönemann. Em outubro, rompe o noivado. Em novembro, parte para Weimar, a convite do Duque Carlos Augusto.1776 – Estabelece-se em Weimar.1779 – Encena o drama "Ifigênia em Táurida".1786 – Em setembro, viaja para a Itália. Conclui a última versão de "Ifigênia".1787 – Viaja pelo sul da Itália. Dedica-se a pesquisas científicas. Em junho, volta a Weimar.1788 – Conhece Christiane Vulpius, mais tarde sua esposa. Conclui "Torquato Tasso". Conhece Schiller.1794 – Estada em Iena, junto a Schiller.1797 – Termina o poema "Hermann e Dorotéia".1805 – Morte de Schilier.1808 – Goethe publica "Fausto; uma Tragédia", e em outubro é recebido por Napoleão Bonaparte.1819 – Termina "Divã Oriental".1832 – Aos 02 de fevereiro termina o "Segundo Fausto", e, aos 22 de março, morre.Fonte: Banco de dados - Portal Starnews 2001Curiosidade:O escritor Wolfgang Von Goethe escrevia em pé. Ele mantinha em sua casa uma escrivaninha alta.


OBRAS

Além da literatura Goethe escreveu sobre Física, Biologia e Fisiologia. Suas obras compreendiam: Poesia, Drama, Novela, Filosofia e Ciências.Entre as obras científicas estão:- Samtliche Werke In Chronologischer Folge, 45 Vols.;- Metamorfose das Plantas (1790);- Contribuição para a Ótica (1791);- Da teoria das Cores (1810);- Metamorfose dos Animais (1820).Algumas obras de caráter literário e filosófico:- As Afinidades Eletivas- Götz von Berlichingen- Anos de aprendizagem de Wilhelm Meister - Companheiros de Viagem - Goethe e Schiller - O Conto da Serpente- Escritos Sobre Literatura - Fausto; uma Tragédia- Ifigênia- Torquato Tasso- Hermann e Dorotéia- Divã Oriental- O segundo Fausto- Máximas e Reflexões - Memorias - Poesia e Verdade- Os Sofrimentos do Jovem Werther- Viagem a Italia 1786-1788- Trilogia da paixão (poemas)

9/07/2007

http://www.beatrix.pro.br/literatura/
muito bom para pesquisas. Há vários sites... como links para poder baixar livros
esta postagem de baixo esta com erros.. há vários textos do Byron..porém.. não seárados.. tudos juntos

GEORGE GORDON, LORD BYRON(1788-1824)

BIOGRAFIA
A obra e a personalidade romântica de Lord Byron tiveram, no início do século XIX, grande projeção no panorama literário europeu e exerceram enorme influência em seus contemporâneos, por representarem o melhor da sensibilidade da época, conferindo-lhe muito de sedução e elegância mundana. Lord Byron teve vida pessoal bastante conturbada, na juventude foi acusado de abuso sexual pela prima, homossexualismo e também foi um dos primeiros escritores a descrever os efeitos da maconha. Foi um dos principais poetas ultra-românticos,sua influencia chegou até o Brasil na obra de grandes escritores, como Álvares de Azevedo.
George Gordon Noel Byron nasceu em Londres em 22 de janeiro de 1788. Apesar de a princípio sua família ser bastante rica. A riqueza da família Byron foi destruída pelo Capitão John ("Mad Jack") Byron o pai de Jorge Gordon. A mãe de Byron desesperada, enviou seu filho George Gordon Byron para Aberdeen.Logo depois disso o Capitão Byron, seu pai, morreu com a idade 36 anos na França. Entretanto, em 1798, com a idade de 10 anos, George Gordon herdou o título nobiliárquico do tio-avô William, tornando-se o sexto Lord Byron, herdou também as propriedades que pertenciam a seu tio-avô e mudou-se para Newstead Abbey, Nottinghamshire, para uma propriedade da família Byron.Conta-se sobre o lar da família Byron, que antes era a Abadia de Newstead, no condado de Norttingham, que este era assombrado pelo fantasma de um frade malvado que se deliciava com infortúnos alheios.A Abadia serviu de mosteiro para os cônegos agostinianos durante quase quatrocentos anos. Mas no século XVI, irado com a oposição da Igreja Católica à anulação de sua união com Catarina de Aragão, Henrique VIII começou a confiscar os bens da Igreja e dividi-los entre alguns de seus nobres. A Abadia de Newstead coube aos Byron e ficou com a família pelos trezentos anos seguintes. O último Lord Byron a herdá-la foi ninguém menos que o dissoluto poeta romântico, George Gordon, que não só amava a propriedade como lá encontrou alimento para seus poemas no mais notável de seus vários fantasmas: o Frade Negro.
Após mudar-se para a antiga abadia, Lord Byron paasou a freqüentar primeiramente a escola em Dulwich, próximo a Londres.Depois frequentou a escola Harrowl. Costumava passar as férias com sua mãe, em Southwell. Em 1803 conhece seu primeiro amor, Mary Chaworth de Annesley Hall, sobrinha neta do Lord Chaworth, este desafiou Byron para um duelo, e foi morto por ele. Apesar da gravidade do episódio não houve maiores complicações para Byron e o caso foi abafado.Em 1805 Byron entra no Trinity College de Cambridge. Ainda estudante em Cambridge, publicou seu primeiro livro de poesia, Hours of Idleness (1807; Horas de ócio), mal recebido pela crítica da prestigiosa Edinburgh Review. Byron respondeu com o poema satírico English Bards and Scotch Reviewers (1809; Bardos ingleses e críticos escoceses). Aos 21 anos ingressou na Câmara dos Lords, partindo pouco depois em viagem pela Europa e o Oriente Médio.
Ao voltar à Inglaterra, em 1811, publicou os dois primeiros cantos de Childe Harold's Pilgrimage (1812; Peregrinação de Childe Harold), longo poema em que narra as andanças e amores de um herói desencantado, ao mesmo tempo em que descreve a natureza da península ibérica, Grécia e Albânia. A obra alcançou sucesso imediato (entre 1812 e 1819 saíram 11 edições em inglês, além de várias traduções), e sua fama se consolidou com outros trabalhos, principalmente The Corsair (1814; O corsário), Lara (1914) e The Siege of Corinth (1916; O cerco de Corinto). Nesses poemas, de enredos exóticos e apesar das irregularidades, Byron confirmou seu talento para a descrição de ambientes.
Em 1816, o pedido de divórcio de Lady Byron (Anne Milbanke), após um ano de casamento, escandalizou a sociedade inglesa, que o associou aos rumores de incesto do poeta com sua meia-irmã Augusta Leigh, e Byron resolveu deixar a Inglaterra.
Na Suíça escreveu o canto III de Childe Harold's Pilgrimage (1816), The Prisoner of Chillon (1816; O prisioneiro de Chillon) e o poema dramático Manfred (1817), enigmático e demoníaco. Em Genebra viveu com Claire Clairmont e fez-se amigo de Shelley. Radicou-se depois em Veneza, onde levou existência agitada e licenciosa, documentada em cartas cheias de verve.
Compôs então o canto IV de Childe Harold's Pilgrimage (1818) e Beppo, a Venetian Story (1818; Beppo, uma história veneziana), poema em oitava-rima, de tom ligeiro e cáustico, em que ridiculariza a alta sociedade de Veneza. Em 1819 começou o poema herói-cômico Don Juan (1819-1824), sátira brilhante e atrevida, à maneira do século XVIII, que deixaria inacabada. No mesmo ano ligou-se à condessa Teresa Guiccioli, seguindo-a a Ravena onde, juntamente com o irmão dela, participou das conspirações dos carbonários.
Byron usou com igual mestria o verso curto de Walter Scott, o verso branco, a oitava-rima e a estrofe spenseriana. Seu aristocratismo se reflete na escolha de um estilo classicista pelo qual tratou uma temática fundamentalmente romântica. Toda a obra de Byron, que exprime o pessimismo romântico, com a tendência a se voltar contra os outros e contra a sociedade, pode ser vista como um grande painel autobiográfico. Foram novos, em sua postura, o tom declarado de rebeldia ante as convenções morais e religiosas e o charme cínico de que seu herói demoníaco sempre se revestiu.
Como moda literária, o byronismo se espalhou pela Europa até as últimas décadas do século XIX, com projeções crescentes e importantes nos países jovens da América. Foram sensíveis à influência de Byron, entre muitos outros, o espanhol Espronceda, os franceses Lamartine, Vigny e Musset, os russos Puchkin e Lermontov, o argentino Esteban Echeverría e o brasileiro Álvares de Azevedo.
Em novembro de 1821, tendo fracassado o movimento revolucionário dos carbonários, Byron partiu para Pisa, onde escreveu o drama The Deformed Transformed (1824; O deformado transformado). Em 1822 fundou, com Leigh Hunt, o periódico The Liberal. Foi a seguir para Montenegro e daí para Gênova. Nomeado membro do comitê londrino pela independência da Grécia, embarcou para aquele país em 15 de julho de 1823, a fim de combater ao lado dos gregos contra os turcos. Passou quatro meses em Cefalônia e viajou para Missolonghi, onde morreu em 19 de abril de 1824, após contrair uma misteriosa febre.

OBRAS
Hours of Idleness 1807Childe Harold's Pilgrimage (Cantos I and II) 1812 The Giaour 1813 The Bride of Abydos 1813 The Corsair 1814 (10,000 copies sold on first day of publication)Lara 1814 Hebrew Melodies 1815Prisoner of Chillon and Other Poems 1816 The Siege of Corinth 1816 Parisina 1816Manfred 1817 The Lament of Tasso 1817 Beppo 1818Childe Harold's Pilgrimage (Cantos III and IV) 1818 Don Juan 1819-1824 Marino Faliero 1820 The Prophecy of Dante 1821 Sardanapalus 1821The Two Froscari 1821 Cain 1821 Vision of Judgment 1822The Deformed Transformed 1824

TEXTOS
Poetical Works, Vol. 1 (arquivo formato texto, em inglês) Leia aqui alguns poemas de Byron traduzidos para o português
Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio
Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.
Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie e terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriarme; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus.
Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?
Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.
E por que não? Se as fontes geram tal tristeza
Através da existência-curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.
Sol dos Insones
Sol dos insones! Ó astro de melancolia!
Arde teu raio em pranto, longe a tremular,
E expões a treva que não podes dissipar:
Que semelhante és à lembrança da alegria!
Assim raia o passado, a luz de tanto dia,
Que brilha sem com raios fracos aquecer;
Noturna, uma tristeza vela para ver,
Distinta mas distante-clara-mas que fria!
Trevas
Eu tive um sonho que não era em tudo um sonho
O sol esplêndido extinguira-se, e as estrelas
Vaguejavam escuras pelo espaço eterno,
Sem raios nem roteiro, e a enregelada terra
Girava cega e negrejante no ar sem lua;
Veio e foi-se a manhã - veio e não trouxe o dia;
E os homens esqueceram as paixões, no horror
Dessa desolação; e os corações esfriaram
Numa prece egoísta que implorava luz:
E eles viviam ao redor do fogo; e os tronos,
Os palácios dos reis coroados, as cabanas,
As moradas, enfim, do gênero que fosse,
Em chamas davam luz; cidades consumiam-se
E os homens se juntavam juntos às casas ígneas
Para ainda uma vez olhar o rosto um do outro;
Felizes quanto residiam bem à vistados
vulcões e de sua tocha montanhosa;
Expectativa apavorada era a do mundo;
queimavam-se as floresta - mas de hora em horaT
ombavam, desfaziam-se - e, estralando, os troncos
Findavam num estrondo - e tudo era negror.
À luz desesperante a fronte dos humanos
Tinha um aspecto não terreno, se espasmódicos
Neles batiam os clarões; alguns, por terra,
Escondiam chorando os olhos,; apoiavam
Outros o queixo às mãos fechadas, e sorriam;
Muitos corriam para cá e para lá,
Alimentando a pira, e a vista levantavam
Com doida inquietação para o trevoso céu
A mortalha de um mundo extinto; e então de novo
Com maldições olhavam a poeira, e uivavam,
Rangendo os dentes; e aves bravas davam gritos
E cheias de terror voejavam junto ao solo,
Batendo asas inúteis; as mais rudes feras
Chegavam mansas e a tremer; rojavam víboras,
E entrelaçavam-se por entre a multidão,
Silvando, mas sem presas - e eram devoradas.
E fartava-se a Guerra que cessara um tempo,
E qualquer refeição comprava-se com sangue;
E cada um sentava-se isolado e torvo,
Empanturrando-se no escuro; o amor findara;
A terra era uma idéia só - e era a de morte
Imediata e inglória; e se cevava o mal
Da fome em todas as entranhas; e morriam
Os homens, insepultos sua carne e ossos;
Os magros pelos magros eram devorados,
Os cães salteavam os seus donos, exceto um,
Que se mantinha fiel a um corpo, e conservava
Em guarda as bestas e aves e os famintos homens,
Até a fome os levar, ou os que caíam mortos
Atraírem seus dentes; ele não comia,
Mas com um gemido comovente e longo, e um grito
Rápido e desolado, e relambendo a mão
Que já não o agradava em paga - ele morreu.
Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois,
Porém, de uma cidade enorme resistiram,
Dois inimigos, que vieram encontrar-se
Junto às brasas agonizantes de um altar
Onde se haviam empilhado coisas santas
Para um uso profano; eles as revolveram
E trêmulos rasparam, com as mão esqueléticas,
As débeis cinzas, e com um débil assoprar
Para viver um nada, ergueram uma chama
Que não passava de um arremedo; então alcançaram
Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram
O rosto um do outro - ao ver, gritaram e morreram
- Morreram de sua própria e mútua hediondez,
Sem um reconhecer o outro em cuja fronte
Grafara a fome "diabo". O mundo se esvaziara,
O populoso e forte era um informe massa,
Sem estações nem árvore, erva, homem, vida,
Massa informe de morte - um caos de argila dura.
Pararam lagos, rios, oceanos: nada
Mexia em suas profundezas silenciosas;
Sem marujos, no mar as naus apodreciam,
Caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem,
Dormiam nos abismos sem fazer mareta,
Mortas as ondas, e as marés na sepultura,
Que já findara sua lua senhoril.
Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens
Tiveram fim; a Escuridão não precisava
De seu auxílio - as Trevas eram o Universo.
Estâncias para Música
Alegria não há que o mundo dê, como a que tira.
Quando, do pensamento de antes, a paixão expira
Na triste decadência do sentir;
Não é na jovem face apenas o rubor
Que esmaia rápido, porém do pensamento a flor
Vai-se antes de que a própria juventude possa ir.

Alguns cuja alma bóia no naufrágio da ventura
Aos escolhos da culpa ou mar do excesso são levados;
O ímã da rota foi-se, ou só e em vão aponta a obscura
Praia que nunca atingirão os panos lacerados.

Então, frio mortal da alma, como a noite desce;
Não sente ela a dor de outrem, nem a sua ousa sonhar;
toda a fonte do pranto, o frio a veio enregelar;
Brilham ainda os olhos: é o gelo que aparece.

Dos lábios flua o espírito, e a alegria o peito invada,
Na meia-noite já sem esperança de repouso:
É como na hera em torno de uma torre já arruinada,
Verde por fora, e fresca, mas por baixo cinza anoso.

Pudesse eu me sentir ou ser como em horas passadas,
Ou como outrora sobre cenas idas chorar tanto;
Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas:
No ermo da vida assim seria para mim o pranto.

O Oceano
Rola, Oceano profundo e azul sombrio, rola!
Caminham dez mil frotas sobre ti, em vão;
de ruínas o homem marca a terra, mas se evola
na praia o seu domínio. Na úmida extensão
só tu causas naufrágios; não, da destruição
feita pelo homem sombra alguma se mantém,
exceto se, gota de chuva, ele também
se afunda a borbulhar com seu gemido,
sem féretro, sem túmulo, desconhecido.

Do passo do há traços em teus caminhos,
nem são presa teus campos. Ergues-te e o sacodes
de ti; desprezas os poderes tão mesquinhos
que usa para assolar a terra, já que podes
de teu seio atirá-lo aos céus; assim o lanças
tremendo uivando em teus borrifos escarninhos
rumo a seus deuses - nos quais firma as esperanças
de achar um portou angra próxima, talvez -
e o devolves á terra: - jaza aí, de vez.

Os armamentos que fulminam as muralhas
das cidades de pedra - e tremem as nações
ante eles, como os reis em suas capitais - ,
os leviatãs de roble, cujas proporções
levam o seu criador de barro a se apontar
como Senhor do Oceano e árbitro das batalhas,
fundem-se todos nessas ondas tão fatais
para a orgulhosa Armada ou para Trafalgar.

Tuas bordas são reinos, mas o tempo os traga:
Grécia, Roma, Catargo, Assíria, onde é que estão?
Quando outrora eram livres tu as devastavas,
e tiranos copiaram-te, a partir de então;
manda o estrangeiro em praias rudes ou escravas;
reinos secaram-se em desertos, nesse espaço,
mas tu não mudas, salvo no florear da vaga;
em tua fronte azul o tempo não põe traço;
como és agora, viu-te a aurora da criação.
Tu, espelho glorioso, onde no temporal
reflete sua imagem Deus onipotente;
calmo ou convulso, quando há brisa ou vendaval,
quer a gelar o polo, quer em cima ardente
a ondear sombrio, - tu és sublime e sem final,
cópia da eternidade, trono do Invisível;
os monstros dos abismos nascem do teu lodo;
insondável, sozinho avanças, és terrível.
Amei-te, Oceano! Em meus folguedos juvenis
ir levado em teu peito, como tua espuma,
era um prazer; desde meus tempos infantis
divertir-me com as ondas dava-me alegria;
quando, porém, ao refrescar-se o mar, alguma
de tuas vagas de causar pavor se erguia,
sendo eu teu filho esse pavor me seduzia
e era agradável: nessas ondas eu confiava
e, como agora, a tua juba eu alisava.

BIBLIOGRAFIA SOBRE O AUTOR
AMORA, Antônio Soares. O romantismo. 5. ed. São Paulo: Cultrix, 1976. (Literatura brasileira, 2)."O romance e o Don Juan". Notas de crítica literária. Folha da Manhã, a.19, nº 6153. São Paulo, 2 abr. 1944, p. 14. (Em torno do Don Juan, de Byron) (AE).NYE, Robert. Memorias de Lord Byron

8/21/2007

REPELENTE DIVINO
Fetichismo x Vampirismo

Por Shirlei Massapust

By becoming a monster, one learns what it is to be human.
Mark Rein•Hagen.

Quando Anne Rice publicou seu primeiro romance das crônicas vampirescas, em 1976, certas características onipresentes nos meios literário e cinematográfico já persistiam por tanto tempo que acabaram absorvidas pelo folclore e tradição popular. Havia quem acreditasse naquilo e, conseqüentemente, quem desmentisse fervorosamente estes crédulos. Mas a natureza capitalista da cultura norte-americana tem horror ao eterno e, portanto, exigia reformas urgentes que cumularam na criação do ‘vampiro descartável’. Ou seja, para atender à incessante demanda por novidades e lucrar conforme as regras do mercado, todo escritor ou cineasta deveria inovar ou, ao menos, ridicularizar o passado para desvincular-se dele. Durante a década de 40 os filmes de vampiros passaram por tempos difíceis; é nesse período que os filmes de horror passam a ser salpicados de humor. Num primeiro momento, o cômico é dado pelas figuras grotescas, pelo bizarro, mas já nos anos 50 nota-se uma alteração no gênero que desemboca na sátira, onde o horrível é apresentado com zombarias e através de paródias. “Aquilo que causou horror a uma geração passou a ser risível na geração seguinte”.1 O conde Drácula e demais monstros tornaram-se familiares e acabaram sendo os principais alvos da sátira.
Por conta disso Anne Rice radicalizou investindo num amplo leque de capacidades inéditas para justificar a natureza sobre-humana do vampiro pós-moderno e endossou a vulnerabilidade à luz solar criada por Murnau ao mesmo tempo em que descartou os demais tópicos da tradição de sua época a exemplo da aversão a cruzes, morte pela estaca no coração, e a sublimação seguida de re-sublimação do corpo do vampiro para atravessar pequenas frestas, como buracos de fechadura. Tudo é classificado pejorativamente como nosense, bullshit2; termos propriamente traduzidos por Clarice Lispector como “absurdo”, “idiotice”, “burrice”.3 Na famosa adaptação cinematográfica de Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire, 1994), o belo vampiro Louis (Brad Pitt) acresce que tudo não passa de “histórias de um inglês louco”, ignorante do fato de que, embora tenha passado parte da vida em Londres, o escritor Bram Stoker (1847-1912) era de fato irlandês.
Felizmente nem todos negam por negar, sem dar nenhuma justificativa inteligente para aquilo que adota ou rejeita. Por exemplo, para reduzir a vulnerabilidade do vampiro contra miudezas que tornariam seu RPG inviável, Mark Rein•Hagen sugere que um fetiche, como alho e cruzes, não produz nenhum efeito por si só mas a fé absoluta nestes objetos fa-los-ía funcionar como canalizados de energia psíquica.

Crucifixos, água benta e outros símbolos religiosos devem ser ignorados — a Igreja sempre foi o primeiro refúgio dos mortais confrontados com coisas que lhes ultrapassam a compreensão — especialmente no passado. Contudo, cheguei a presaenciar algumas raras ocasiões nas quais tais objetos foram capazes de causar um desconforto considerável. Nesses casos, seus portadores quase refulgiam de fé na Divindade, o que me leva a concluir que os objetos religiosos serviam de algum modo para canalizar o poder dessa fé. Ignores, todavia, os ardis do cinema, com seus candelabros cruzados e sombras de pás de moinhos.
As pretensas propriedades do alho, assim como do acônito e de outras ervas são, da mesma forma, mera superstição. Esses vegetais repelem os vampiros tanto quanto o fazem com a maioria dos mortais, a despeito da cantilena das mulheres que os vendiam. Como a Igreja, as curandeiras de aldeia era muito requisitadas para usar sua “magia” contra vampiros, obtendo os mesmos resultados pífios.4

Mark Rein•Hagen foi autor de uma das maiores reformas no conceito de vampiro já produzidas. Porém, a necessidade de conjugar a fé ao uso de símbolos religiosos já vinha sendo discutida anos antes da publicação de Vampire Masquerdade, em 1992. Outra vertente assinala que o poder dos fetiches sobre os vampiros ou seus servos seria “um fenômeno puramente neurótico, devido a acreditarem que essas coisas possam feri-los”.5 É exatamente isto que ocorre na comédia A Dança dos Vampiros (The fearless vampire killers, ou Pardon me but your teeth are in my neck, USA 1967), de Roman Polanski, onde um judeu se torna vampiro e não é afugentado pela cruz. Então, em seu lugar, o caçador utiliza eficazmente a estrela de Davi.
No próprio romance de Bram Stoker, lemos que o protestante Jonathan Haker tinha ojeriza pelos símbolos católicos, mas aceitou um presente – um crucifixo – de uma bondosa aldeã apenas para que ela parasse de insistir que o levasse. Portanto, presume-se que Drácula só “respeita e se mantém distante” do fetiche empunhado por um incrédulo porque em vida o próprio conde fora católico.6 Então temos uma curiosa situação onde um símbolo religioso desagrada ao humano e impressiona o vampiro que, por reprovar a si mesmo, é repelido não pela coisa, mas pela vergonha de pecar diante daquilo que lhe é sagrado.
Agora quem quer que conheça o costume religioso da velha nobreza austro-húngara, estendido a seus subordinados e dependentes, entenderá porque o Conde Drácula (que não deve ser confundido com sua fonte de inspiração, o Drácula histórico) temia o alho e uma infinidade de outras superstições. Eles davam muito valor à alquimia e às fórmulas mágicas do povo. Talvez mais do que o próprio povo.


O homem transformado em incenso

José Luiz Aidar e Márcia Maciel forneceram duas versões para a popularização do alho na tradição. Na verdade, uma delas se destina afastar humanos desagradáveis: “O alho poderia ter passado à história em função da estratégia das mães, que obrigavam as meninas a mastigarem-no para ficarem com mau hálito”.7 Isso certamente teria esfriado o ânimo de um ávido vampiro por equiparação, Giacomo Casanova. Em sua auto-biografia o célebre charlatão conta porque se afastou de uma vítima:

Apesar de tudo, havia nele um não sei que de atraente que cativou dede logo a minha afeição e teria gostado de entreter-me mais longamente com ele, se o ativo cheiro de alho a exalar de sua boca não me mantivesse sempre à distância. Todos aqueles albaneses tinham os bolsos continuamente cheios de alho. Um simples dente desse tempero, para eles, era como um confeito para nós outros. E ainda há quem creia que o alho seja veneno!8

Certos povos chegaram a designar a planta como “rosa fétida”, devido ao seu odor forte e picante proporcionado pela essência de alho ou dialil sulfito (C3H5)2S. Quando consumido em quantidades elevadas, esse odor pode tornar-se evidente no suor de quem o ingeriu transformando a pessoa num repelente para olfatos sensíveis e, magicamente, numa espécie de incenso vivo. Porém, em Drácula o Dr. Van Helsing assegura a Lucy que suas plantas medicinais não seriam “transformadas numa repugnante infusão e tampouco numa simples beberagem”.9 Ou seja, embora a boca dos mortos fosse enchida de flores não havia necessidade da vitima viva, ou de qualquer outra pessoa, mastigar alho cru em quantidade para proteger-se, como vemos no filme A Dança dos Vampiros, etc. Em verdade, o ‘alho’ mencionado no romance sequer é a planta que conhecemos vulgarmente pelo mesmo nome. Antes de aferrolhar as janelas da casa de Lucy, prender flores e esfregar este “alho muito especial” por todas as passagens de ar, Van Helsing lhe instrui:

Estas flores realmente são dotadas de um alto teor medicinal, mas a senhorita nem sequer desconfia como atuarão. Coloco-as em sua janela, tranço com elas um leve colar e o ponho em torno do seu pescoço, para que a senhorita possa dormir sem sobressalto. Oh, sim! Elas se assemelham bastante com as flores de lótus. Serão elas que a farão esquecer os seus tormentos. Elas nos impregnam com seu suave odor das águas de Leth, odor este haurido das cristalinas e eternas fontes da juventude que os audazes conquistadores tanto procuraram descobrir nas inexploradas terras da Flórida e só tão tarde localizaram.10

No décimo terceiro capítulo Van Helsing revela que a planta com propriedades mágicas para afastar vampiros é o wild garlic (chamado em botânica de Allium ursinum), mas muito antes desta frase relâmpago a paciente Lucy faz tremendo estardalhaço contra a presença das plantas em sua casa, as quais chama enganosamente de alho-ordinário (Allium sativum). Por isto a memória do episódio mais marcante prevaleceu na tradição e todos os filmes e adaptações subsequentes trouxeram bulbos de Allium sativum trançados em réstias no lugar das flôres de Allium ursinum. A exceção é o Drácula de 1931, onde o conde interpretado por Bela Lugosi demonstra asco e surpresa diante de outra planta medicinal, a sinforina (Symphoricarpus racemosus).



Flôres de Allium ursinum; planta usada por Van Helsing para repelir vampiros.

No filme Garotos Perdidos (Lost Boys, 1987) um vampiro ignorante de que, além de alho picado, uma banheira continha generosa quantidade de água benta, ri de seus tolos rivais e revela que “alho não adianta”. Morreu dissolvido por conta da água. Em A Hora do Espanto II (Fright Night II, 1988) os símbolos sagrados funcionam por si só. Porém, Regine Dandridge (Julie Carmen) se aproxima do velho caça-vampiros Peter Vincent (Roddy McDowall), o qual lhe impunha uma cruz, informando que ao longo dos séculos os vampiros adquiriram maior tolerância contra estes artifícios. O brasileiro Antônio Calmon se inspirou nestas duas fontes para sua novela VAMP, explicou a primeira pela segunda, e teceu uma teoria própria: Como os vampiros adquiriram imunidade ao pequeno Allium sativum tornou-se necessário confeccionar réstias de Allium cepa, ou seja, cebola. (Fora do campo da ficção, na ocasião do rebuliço pela expectativa de ressurreição de Sarah Ellen anunciada para em 9 de julho de 1993, os habitantes de Pisco, no Peru, também preferiram o alho-macho ou Allium porrum pelo seu grande tamanho). Como a trilogia Blade (1998), Blade II (2002) e Blade: Trinity (2004) deu mais importância ao grau de contato com o condimento do que ao tamanho do bulbo, o extrato de alho injetado diretamente na veia de pacientes infectados foi usado como vacina contra o vampirismo.


Orações, esconjuros e oblação parta a dissolução do duplo.

Vemos em Aulus Persius Flaccus (Satyr. V) que morder alho afasta as magias ou os malefícios lançados pelos deuses àqueles que não os reverenciam.11 No catolicismo o caráter sagrado de raízes bulbosas se limita à reverência ao alho-poró (Allium porrum), que está ligado ao Rei Davi, sendo honrado pelos galeses. Porém, todas as plantas aparentadas desfrutam de grande prestígio no campo da baixa magia. O jornalista de ascendência cigana Nelson Liano Júnior, co-autor do Manual Prático do Vampirismo, sugere que “convém ministrar ao paciente chás de alho e queimar incenso de sândado e pau-d’alho na casa inteira” quando alguém apresenta claros sintomas de vampirismo. Deve-se ainda recitar a seguinte oração antes de dormir:

Eu o renego, anjo mau, que com sua sede de sangue tenta me contaminar com a imortalidade dos infernos. Afaste-se de mim, em nome do Criador, pois minha alma quer trilhar os caminhos iluminados por Deus. Você me fez padecer, mas, com a ajuda do Onipotente, eu o esconjuro. Volte às trevas, por todos os tempos e tempos, e nunca mais toque meu espírito com suas artimanhas de sedução. Amém.12

O maior temor dos ciganos dirige-se aos Berufen ou “encantados”, ou sujeitos aos olhos do mal. Para combater esse problema enche-se uma jarra com água de alguma correnteza, que deve ser recolhida na mesma direção em que corre e não contra ela. Colocam-se dentro da Jarra sete pedaços de carvão, sete punhados de farinha e sete dentes de alho, colocando-se, a seguir, a jarra no fogo. Quando a água começar a ferver, deve-se mexer a infusão com um ramo de três pontas, enquanto a sábia repete:

Miseç’ yakhá tut dikhen,
Te yonkáthe mudáren!
Te átunci eitá coká
Te çaven miseçe yakháj
Miseç’ yakhá tut dikhen,
Te yon káthe mudáren!
But práhestár e yakhá
Atunci kores th’ávená;
Miseç’ yakhá tut dikhen,
Te yon káthe mudáren!
Pçãbuvená pçábuvená
Andre develeskero yakhá!
branco
Que os olhos maus olhem para ti,
Que sejam extintos ali!
E em seguida, que sete corvos
Arranquem os olhos maus;
Que os olhos maus (agora) olhem para ti,
E que sejam extintos ali!
Que muita poeira caia nesses olhos,
Até que se tornem cegos,
Que os olhos maus olhem agora para ti;
E que sejam extintos ali!
Que ardam, que ardam
No fogo de Deus!

Segundo Charles Godfrey, os “sete corvos” devem provavelmente estar representados pelos sete pedaços de carvão, enquanto o ramo de três pontas, a farinha e o alho simbolizam os raios. “O ramo pode representar o triçula ou tridente de Siva – de onde possivelmente tenha vindo a palavra trushul, que significa cruz”.13 Outra oração é recitada quando uma mãe cigana sente dificuldade em amamentar seja pela falta de leite ou pela pirraça do bebê que rejeita a nutrição. Em ambos os casos a culpa é atribuída à interferência de uma esposa-Pçuvus, tipo de espírito feminino da terra, que rouba o leite ou coloca secretamente seu próprio filho para sugá-lo. Neste caso é preciso por cebolas entre os seios das mães e recitar a seguinte fórmula mágica.14

Pçuvushi, Pçuvushi,
Ac tu náshtlályi
Tiro tçud ac yakhá,
Andre pçuv tu pçábuvá!
Thávdá, thávdá miro tçud,
Thávdá, thávdá, pamo tçud,
Thávdá, thávdá, sár kámáv, –
Mre cáveske bokhale!
branco
Espírito da Terra! Espírito da Terra!
Ficai doente.
Que vosso leite seja fogo!
Que queime a terra!
Flua, flua, meu leite!
Flua, flua, leite branco!
Flua, flua, como eu desejo
Para minha criança faminta!

Descobrimos, em diversas poções difundidas em vários locais, a crença de que o alho possui poder mágico de proteção contra o envenenamento e a bruxaria. Segundo Plínio, essa crença vem do fato de que, quando o alho fica pendurado ao ar livre durante um tempo, se torna preto, ocasião em que acreditam que atraiu todo o mal para si – e que, conseqüentemente, retira esse mal da pessoa que o estiver usando. Nossos antepassados acreditavam que a erva que Mercúrio deu para Ulisses se proteger contra o encantamento de Circe e que Homero chama de moly fosse o alium nigrum, sendo o veneno dele retirado narcótico poderoso. Entre os gregos modernos, existe a crença de que o alho seja o encantamento mais poderoso contra os maus espíritos, a magia e a desgraça. E, por esse motivo, carregam-no consigo e penduram-no em suas casas como proteção contra as tempestades e o mau tempo. Os marinheiros costumam carregar um saco de alho, para evitar o naufrágio. Às vezes o alho é apenas representado. Se alguém quiser proferir uma palavra de louvor com a intenção de causar fascínio ou atrair um mal grita bem alto ‘Alho!’ ou pronuncia a palavra três vezes rapidamente.15 E, segundo uma crença popular, a simples emissão da palavra ‘Alho!’ protege a pessoa contra o envenenamento”.16 Parece ser crença comum entre eles e os poloneses que essa palavra protege as crianças contra beschreien werden, ou seja, de serem banidas, negligenciadas ou portadoras de mau, olhado. Os poloneses costumam colocar alho sob o travesseiro das crianças, para protegê-las contra os demônios e as feiticeiras.17 Curiosamente, os ciganos afirmam que o raio deixe atrás de si odor semelhante ao do alho. Segundo José Luiz Aidar e Márcia Maciel, a aproximação engloba ainda o arsênio (As) que, aquecido, sublima-se a cerca de 450ºC, exalando odor semelhante ao do alho.

Há quem diga que o poder do alho é fictício: O verdadeiro espanta-vampiros seria o arsênio – que, volatizado, espalha um forte odor de alho, pois este sim, quando defumado, transportaria compostos capazes de corroer elementos fluidos, dissolvendo assim as materializações do duplo. O arsênio volatizado funcionaria como uma espécie de incenso que, com seus fumos, caçaria os maus espíritos.18

As virtudes mágicas do alho não se limitam aos casos onde se faz necessário afastar mau-olhado, sacis e vampiros. Numa curiosa obra italiana, intitulada Il Libro del Comando, falsamente atribuída a Comelius Agrippa, lê-se a seguinte receita para promover o amor:

Segredto magico d’indovinare, colle cipole, la salute d’una persona lontana. (Segredo mágico para informar o estado de saúde a uma pessoa distante), Na véspera de Natal, junte algumas cebolas, colocando-as em um altar, escrevendo sob cada uma delas o nome das pessoas sobre quem quer ser informado, ancorche non scrivano, mesmo que elas não lhe escrevam. A cebola (plantada) que brotar primeiro anunciará que a pessoa, cujo nome está sob a mesma, se encontra bem. Dessa mesma maneira, podemos saber o nome do marido ou da esposa que devemos escolher, sendo que essa adivinhação ainda vem sendo usada em vários cantões da Alemanha.19

Há forte ligação desse encantamento com o sortilégio de uma cigana inglesa:

Tome uma cebola, uma tulipa ou qualquer outra raiz do mesmo aspecto (uma raiz bulbosa, então?) e plante-a em um vaso limpo que nunca tenha sido usado; enquanto estiver plantando, repita o nome de seu amado, fazendo o mesmo procedimento diariamente:

Enquanto esta raiz cresce,
E quando florescer,
Que o coração dele
Vire-se para mim!

E com este procedimento repetido diariamente, a pessoa que você ama estará cada vez mais inclinada para você, até que conquiste o desejo de seu coração.20

Quanto ao uso do carvão nas encantações, Marcellus Burdigalensis, físico latino do século III, que nos deixou uma coleção de sortilégios latinos e gálicos, recomenda-o para a cura da dor de dentes: “Salis granum, panis micam, carbonem mortuum in phoenicio alligabis”, ou seja, carregar um grão de sal, uma migalha de pão e um pedaço de carvão em uma bolsa vermelha. Quando o caldo feiticeiro feito com carvões, alho e farinha é preparado, deixando-se ferver até que seque, restando somente um resíduo, este deve ser colocado em uma saca de três cantos e pendurado ao pescoço de uma criança; quando estiver fazendo isso, repetir nove vezes o verso apropriado. “E é muito importante que a sacola seja feita com um pedaço de linho, que deve ser roubado, encontrado ou pedido”.21

8/14/2007

ESTES SÃO ALGUNS LIVROS PUBLICADOS DURANTE A HISTÓRIA SOBRE VAMPIROS

ESTES SÃO CLASSICOS NÃO APENAS PARA REALIZAR PRAZERES DE MAUS APRECIADORES DISSO QUE NÃO É APENAS UMPASSA TEMPO DE TERROR MAS UMA ARTE


Muitos autores escreveram sobre vampiros, entre eles Samuel Taylor Coleridge (Christabel, 1797/1800), Lord Byron (The Giaour, 1813), John Polidori (The Vampyre, 1919), E.T.A. Hoffmann (Aurelia, 1820), Nikolai Gogol (Viy, 1836), Théophile Gautier (La Morte amoureuse, 1843), Alexei Tolstoy (The Family of the Vourdalak, 1843), Alexandre Dumas (The Pale-faced Lady, 1848), Richard Burton (Vikram and the Vampire, 1870), Sheridan Le Fanu (Carmilla, 1872), Fergus Hume (A Creature of the Night, 1891), H. G. Wells (The Flowering of the Strange Orchild, 1894), Mary Elizabeth Braddon (Good Lady Ducayne, 1896), Algernon Blackwood (The Transfer, 1907), Sir Arthur Conan Doyle (The Adventure of the Sussex Vampire, 1924), Edith Wharton (Bewitched, 1927) e Robert E. Howard (The Moon of Skulls, 1930).

The Vampyre de John Polidori é geralmente considerado o progenitor da literatura com vampiros. O conto foi escrito em Genebra, por ocasião de uma competição de contos de terror sugerida por Lord Byron. Nessa mesma altura Mary Shelley escreveu Frankenstein. O livro de Polidori teve uma enorme influência em Bram Stoker.

Conde

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

(Redirecionado de Condessa)
Nota: Para outros significados de Conde, ver Conde (desambiguação).

Conde, do latim comes, comitis, que significa «companheiro», é o senhor feudal, tenente de terras denominadas condados. Inicialmente era um título militar do baixo império romano, associado aautoridade militar e civil, que, mais tarde, passou aos bárbaros, assim designando seus principais colaboradores e seus representantes.


Gama Barros afirma que, a partir de meados do século XII, os condes leoneses eram nomeados pelos monarcas. No início da Terra Portuguesa, o título não foi usado pois competia ao rico-homem, as funções públicas do antigo conde leonês. Verifica-se que a partir do século XIV o título foi usado com mais frequência, mas como grau de nobreza, sem que por isso lhe estivesse adstrito o exercício de função pública.

Integrou-se na hierarquia dos graus de nobreza: arquiduque, grão-duque, duque, marquês, conde, visconde, barão e baronete.

Qual a diferença entre os títulos da nobreza?

(Orlando Rogério de Souza, São Paulo, SP)

Os cinco principais títulos de nobreza formam uma escadinha hierárquica que obedece à seguinte ordem, a começar do mais poderoso: duque, marquês, conde, visconde e barão. Na Idade Média, cada um desses fidalgos recebia do rei um pedaço de terra onde eles mandavam e desmandavam, ajudando na administração do reino. "Os nobres tinham autoridade jurídica e militar sobre o território concedido pelo monarca. Entre outras coisas, eles cobravam impostos, cuidavam das fronteiras e recrutavam exércitos para o reino", diz o historiador Celso Silva Fonseca, da Universidade de Brasília. Quanto mais alta a honraria, mais terra o nobre ganhava, e mais poder ele era autorizado a exercer. Os títulos surgiram no século 5, quando a Europa foi retalhada em vários pequenos reinos. Dentro desses impérios, os nobres formavam uma elite de parentes ou súditos que ajudavam o rei na conquista de novas terras. A partir do século 9, os títulos se tornaram hereditários, passando de pai para filho. No Brasil, essas designações da fidalguia aportaram no século 19. No total, 1 211 títulos de nobreza foram distribuídos por aqui. Mas com uma diferença importante: eles não eram transmitidos de pai para filho. Se o herdeiro de um nobre quisesse ter direito à mesma honraria, teria de pagar ao governo. Um título de duque, por exemplo, custava três vezes mais que um de barão. Com a proclamação da República, em 1889, todos os ícones dos tempos de monarquia foram banidos pelos militares, incluindo os títulos de nobreza. Hoje, essas condecorações não valem nada. Mas, na Inglaterra e em outras monarquias européias, ser barão ou conde ainda garante certo prestígio social.

AMIGOS DO REI
Na Idade Média, o monarca dava terras e autoridade aos súditos mais poderosos

DUQUE
Depois do rei, era o nobre mais poderoso, recebendo grandes extensões de terra para administrar. Os primeiros duques vieram do Império Romano, onde os comandantes militares eram agraciados com o nome de dux ("aquele que conduz", em latim). Seguindo a tradição, países como Espanha e Portugal davam o título a seus maiores generais

MARQUÊS
Abaixo do duque na hierarquia da nobreza, o marquês governava os marquesados, áreas do tamanho dos estados atuais. Alguns tomavam conta dos territórios reais localizados em fronteiras, lutando para evitar invasões. A origem do nome deixa clara essa função: em latim, marchensis significa "o que fiscaliza as marcas"

CONDE
Assessorando o rei num monte assuntos, do recolhimento de impostos aos combates militares, o conde era tão importante no dia-a-dia dos reinos que tinha até um substituto para suas ausências, o visconde.
O conde também administrava os condados, área menor que os marquesados. O título vem do latim comes, "aquele que acompanha"

VISCONDE
Era o substituto do conde — em latim, vicecomes significava vice-conde.
Esse título de nobreza, assim como o de barão, surgiu bem mais tarde, apenas durante o século 10. Em termos administrativos, os viscondes podiam dirigir pequenos territórios, do tamanho de vilas

BARÃO
Mais um título criado com o feudalismo já em decadência. A honraria era concedida a súditos fiéis dos reis, geralmente homens ricos. As terras governadas pelos barões eram ainda menores, do tamanho de fazendas ou sítios. Em sua origem germânica, a palavra barão significa "homem livre"

Consultoria: Regina Dantas, historiadora do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)


KRIJANOWSKI, Wera. Romance de uma Rainha. Vol II. Trd. Almerindo Martins de Castro. Rio de Janeiro, FEB, 1953, p 312.
Saudações

Não tenho o livro completo. Ao contrário do que pensa o vulgo, o vampirismo clássico europeu – descrito e adotado pela Teosofia entre outros círculos de origem espírita – nem sempre foi estranho ao sistema da FEB. Ele é apenas uma parte subterrânea da doutrina, muito pouco divulgada. A prova disso é a tradução do livro Romance de uma Rainha (La reine Hotasou), ditado pelo espírito J. W. Rochester à médium Wera Krijanowski, editado e reeditado pela FEB desde 1953. A obra é concluída no sexto capítulo do segundo volume, intitulado justamente “O Vampiro”. O sacerdote egípcio Heremseb havia “abusado do sangue humano” para obter controle sobre seus instintos, mas “o veneno com o qual voluntariamente mergulhara em letargia tinha impedido a ruptura dos laços do perispírito, e, por todas estas circunstâncias reunidas tornara-se vampiro”.[1] A explicação do fenômeno dada pelo autor (o espírito) diz o seguinte:










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O que vou escrever provocará na maior parte dos meus leitores, um sorriso irônico, aqueles que desejam apenas o enredo do romance passarão sem ler, por essa dissertação: sei isso, porque falar seriamente em vampirismo, em nossa época positiva, não é fácil tarefa. A ciência oficial, que apenas quer conhecer o que o bisturi pode sondar, nega a existência dos vampiros, e os fatos indiscutíveis ocorridos em diferentes países, têm sido vituperados, negados ou silenciados, e bem assim outros fenômenos não menos positivos, os quais apesar disso, se impõem pouco a pouco, á atenção dos sábios, porque o fato é um argumento brutal que não se pode eternamente suprimir.

Dito isto, creio do meu dever explicar o melhor que possa, aos meus leitores espíritas, o fenômeno do vampirismo, pouco aprofundado ainda, se bem que sendo um fato natural sempre existiu, tanto na época de Hatasu quanto nos tempos modernos.

Que o corpo evolui, se transforma e progride, e bem assim a alma, é fato conhecido. Nas diversas condições dos três reinos, e enfim, na humanidade, a alma desenvolve-se e progride, o perispírito, seu inseparável companheiro, adapta-se ás diversas condições, conservando- se fielmente em si, até ás mais finas nuanças, a marca de todas as transformações sofridas. Na composição química do perispírito são encontradas todas as substâncias, o reflexo de todos os instintos, qualidades e pendores do ser durante as inúmeras existências e transformações através do mineral, do vegetal, e do animal e enfim do homem, o ser mais perfeito conhecido sobre a Terra. O átomo indestrutível lançado pela força criadora no turbilhão do Espaço, e representando apenas um princípio vital, reveste-se imediatamente de um DUPLO etéreo, intermediário entre a centelha divina e a parte material – o corpo. Esse intermediário é o agente principal que põe em vibração as funções da alma, isto é, a vida da alma produz-se pela vida material sobre esse tecido (invisível para nós) constituído por milhares de fios luminosos de indescritível tenuidade.

De igual modo que nas células da cera se condensa o mel, assim sobre o perispírito condensam-se os elementos e suas substâncias compostas. “Alma vestida de ar”, disse um grande sábio e poeta gentil, para indicar a composição do nosso corpo, o qual, desde que o Espírito dele se desprende, é presa da podridão e se decompõe em seus elementos primitivos. Uma regra sem exceção, estipula que depois da alma vem o perispírito, depois do perispírito o corpo, isto é, as substâncias que podem , de acordo com imutável lei, aglomerar-se sobre o tecido fluídico.

Assim, o perispírito de um molusco só pode atrair na sua condensação material, substâncias gelatinosas, e somente pelo trabalho da vida o ser adquire e se apropria de novas forças de calor elétrico, as quais, em próxima condensação, tornarão o perispírito do molusco de outrora apto a formar um corpo mais perfeito.

Falei no calor, esse grande agente universal de toda a vida, ao qual quase se podia dar o nome de Deus, tão potente é sua ação, e com o qual se depara em toda parte para onde se voltam os olhares. Em toda parte, efetivamente, onde o cérebro do sábio esquadrinha, ele encontra o calor, a fonte da vida: está posto nas entranhas da Terra e encoberto nas nuvens. O calor funde toda matéria, amalgama, solda de maneira indestrutível; o calor une a alma á matéria e dela a separa; esse elo é o traço luminoso visível pelos sonâmbulos clarividentes.

O grande calor queima tanto quanto o fogo e o frio intenso produz a mesma sensação de queimadura; quanto mais calor existe na cratera perispiritual, mais desenvolvidos a alma e o corpo. Tudo que é pesado, preguiçoso, carece de calor e pertence a um grau inferior de desenvolvimento; todo ser e mesmo todo planeta, mais trabalhado pelo calor vivificante, distingue-se por um grau superior de atividade e desenvolvimento intelectual. Enfim, a perfeição não se resume, em si, apenas na concepção de que o Espírito, desembaraçado de toda substância material, torna a ser fagulha pura e regressa ao foco de onde saiu, cego, para a ele tonar, inteligente, e servir ao Criador, que se separa de nós, porém jamais rompe o elo que nos liga á Ele, e que, através de todos os sofrimentos e vicissitudes da depuração, deve conduzir-nos cedo ou tarde, a esse centro divino.

Essa longa viagem, através dos três reinos, deixa profundos sinais nos gostos, necessidades e instintos do homem, ser imperfeito, ainda bem próximo dessa animalidade que ele, no entanto, despreza, a ponto de lhe negar uma alma, uma inteligência, um direito á sua proteção. É que o orgulho de possuir uma vontade menos restrita, um mais largo horizonte, mais amplitude para os vícios, sobe ao cérebro do homem e lhe faz esquecer que ele apenas subiu um degrau na escala social da Criação, que ele foi o que são agora esses irmãos inferiores [...].

Voltando ao assunto que especialmente nos ocupa, lembrarei ao leitor a existência de uma animal chamado VAMPIRO, que preferindo a noite ao dia, se atira ás vacas, cavalos e também aos homens, se os pode atingir, e lhes suga o sangue.

Tendo em vista a tenacidade com que os instintos do animal se conservam no homem, este hábito, esta necessidade de sangue, permanece em estado latente na criatura, e se a educação, as circunstâncias, a compreensão do mal não levarem o homem a dominar o instinto sanguinário, que ainda vibra em seu perispírito, a necessidade bestial desponta e cria seres do gênero dos sugadores de sangue da Índia, os quais são muito conhecidos, para que se possa negar a sua existência. Mas, ninguém tem procurado aprofundar o que pôde inspirar a essa seita o rito selvagem que ela acoberta com um motivo religioso, quando tal origem tem raiz em um estado particular do perispírito, adquirido pelo ser em suas existências vegetais e animais.

Em conseqüência de diferentes causas, tais o terror, comoção moral, certo veneno, asfixia, semelhantes seres caem em um estado particular de letargia, com todas as aparências da morte, e são enterradas como se houvessem falecido. Um despertar em condições normais não se produz para essas entidades especiais, e a mor parte perece; mas, ás vezes, em condições favoráveis, tais cadáveres aparentes aguardam apenas o clarão da Lua para despertar, sob influência da sua luz, para uma sinistra atividade. Todos aqueles cujo perispírito conserva alguma disposição ao vampirismo são lunáticos, e muitas vezes sonâmbulos videntes; sob a potente influência da luz lunar, excepcional estado produz-se neles, mistura de lunatismo e de sonambulismo vidente, mas em grau bem mais extenso e mais elevado.

Todos os sentido desses estranhos letárgicos são de uma acuidade extraordinária: ouvem, vêem, farejam a distâncias consideráveis, e porque o corpo, ainda preso ao perispírito, age numa certa medida e a intervalos mais ou menos longos, tem necessidade de se reabastecer, o vampiro entrega-se á pesquisa de uma vitima humana, cujo sangue quente, sobrecarregado de fluído vital, dar-lhe á a nutrição indispensável ás condições de existência e ao mesmo tempo satisfará os velhos apetites.

O ataúde e as paredes não servem desgraçadamente de obstáculo para esse fantasma horrendo e perigoso, porque para ele a Lua é um auxiliar: ela absorve o peso do corpo e o desmaterializa até um grau de expansão que permite ao vampiro atravessar portas, muros e outras coisas compactas.

Meus leitores espíritas sabem, e numerosas sessões já provaram á evidência, que a passagem da matéria através da matéria é um fato: os transportes de frutas, de flores, de diversos objetos, e mesmo de animais, não são raros, e isso em todas as condições de fiscalização desejáveis. Mas, porque o elo indissolúvel liga os três reinos e o homem, também uma lei rege os fenômenos: o que é possível para a flor, o fruto ou o metal, é possível igualmente para o homem, e, nas condições desejadas, pode o seu corpo, tão bem como uma laranja ou uma charuteira atravessar, paredes.

Deixando, pois, o lugar onde está sepultado, o vampiro se dirige, com infalível precisão, aonde está a vítima escolhida, da qual, graças aos aguçados sentidos, identifica, a distância, a idade, o sexo e a constituição; jamais atacará velhos ou enfermos (salvo a escassez absoluta de jovens e sãos). Chegado junto da presa, o vampiro se abate sobre ela, fascinando-a com o olhar, e preferencialmente procura atingir o coração, para sugar o sangue na fonte; mas, se a vítima está vestida, desvia-se para o pescoço, quase sempre descoberto, abre a artéria e sorve todo o sangue, a menos que seja impedido. Mas, se percebe aproximação de um vivo, foge na direção de onde veio. Guiando-se e servindo do mesmo rastilho de luz, regressa ao lugar de onde saiu, tal qual o lunático retorna infalivelmente ao leito, se por nada for impedido. Então, se está suficientemente saciado, recai na imobilidade por um tempo mais ou menos longo, até que em uma noite de plenilúnio, recomece a homicida peregrinação.

Os vampiros femininos são mais raros que os masculinos, porque seus organismos, menos robustos, sucumbem mais freqüentemente; os vampiros homens escolhem de preferência para vítimas mulheres e crianças. Nos casos em que tais seres têm sido identificados, o instinto popular inspirou a idéia de desenterrar o morto incriminado e cortar-lhe a cabeça, ou espetar o inferior do corpo com um ferro em brasa. O processo é selvagem, igual á todo ato inspirado por paixões desenfreadas, mas, em princípio, atinge a meta, porque, uma vez avariado o corpo de modo irremediável, os laços que o prendiam são destruídos, a letargia cessa, e a alma, e assim o corpo, retomam as condições ordinárias. Se a violência não interrompe o estado letárgico, este pode prolongar-se por muito tempo, e o vampiro vegetará nessas condições até que um acidente qualquer venha a destruí-lo.

Nos países frios, o vampirismo ocorre muito raramente; nos mais aproximados do Equador, na Índia principalmente, tem sua verdadeira pátria, terra misteriosa e estranha da qual muito pouco se sondam os enigmas. Quem suspeita por exemplo, de que existam por ali muitos vivos que se alimentam, quase exclusivamente, da força vital dos seres que subjugaram e dos quais toda existência se escoa num êxtase embrutecido, dos quais todas as funções vitais e intelectuais são suspensas, porque um outro se nutre da força que as devia sustentar? Esses pobre entes são olhados com espanto e desdém, alvos de motejos, mas ninguém desconfia que sejam as vítimas dum vampirismo cultivado por uma categoria de homens, sábios, aliás.

Em todas as direções, o homem esbarra com mistérios, em meios dos quais peregrina, cego; toda a nossa existência é uma luta durante a qual buscamos nas trevas, o porquê do passado, do presente e do porvir, e, entretanto, repelimos obstinadamente, a chave do enigma que se nos oferece sob a forma de diversos fenômenos inexplicados.

Somente quando a muito orgulhosa Ciência de afastar do seu obstinado non possumus, quando abordar francamente o estudo das misteriosas forças da alma, das quais o magnetismo, a mediunidade, o hipnotismo são mínima parte, quando se desvendarem pouco a pouco, as ocultas leis que regem o Universo, tudo se tornará claro, não haverá mais milagres, nem feitiçarias, e sim leis naturais e fatos delas decorrentes.

Antes de terminar esta nota sobre vampirismo, direi ainda algumas palavras sobre os vampiros inconscientes, não mui numerosos, porém menos raros do que estes últimos descritos. Sua origem é a mesma, mas, nestes, o instinto voraz, motivado pela composição do seu perispírito, manifesta-se inconscientemente, por um fluído acre e devorante que exalam, e absorve as forças vitais dos que o cercam e, por assim dizer, os devora. Tais seres, habitualmente são pequenos, secos, nervosos, de olhar penetrante, de atividade febril e incessante; em seu redor tudo se torna mesquinho, fraco, doentio, e apenas eles, vampiros, gozam saúde florescente; mas, não se lhes pode imputar o mal da destruição de seus próximos, pois a força de que fazem uso e inconsciente.