10/22/2009

A MORTE NAS RELIGIÕES


Um dos sentimentos humanos mais perturbadores é o medo da morte. Há quem afirme que tal medo foi a pedra inicial sobre a qual se fundamentou a cultura.
O medo de enfrentar esse momento acompanha o homem desde a infância. Um temor provocado por inúmeras dúvidas. Será que vai doer? Vou encontrar de novo com minha família? Existe vida após a morte?
Homem e a Morte

O homem já estava deitado
Dentro da noite sem cor.
Ia adormecendo, e nisto
À porta um golpe soou.
Não era pancada forte.
Contudo, ele se assustou,
Pois nela uma qualquer coisa
De pressagio adivinhou.
Levantou-se e junto à porta
- Quem bate? Ele perguntou.
- Sou eu, alguém lhe responde.
- Eu quem? Torna. – A Morte sou.
Um vulto que bem sabia
Pela mente lhe passou:
Esqueleto armado de foice
Que a mãe lhe um dia levou.
Guardou-se de abrir a porta,
Antes ao leito voltou,
E nele os membros gelados
Cobriu, hirto de pavor.

Mas a porta, manso, manso,
Se foi abrindo e deixou
Ver – uma mulher ou anjo?
Figura toda banhada
De suave luz interior.
A luz de quem nesta vida
Tudo viu, tudo perdoou.
Olhar inefável como
De quem ao peito o criou.
Sorriso igual ao da amada
Que amara com mais amor.
- Tu és a Morte? Pergunta.
E o Anjo torna: - A Morte sou!
Venho trazer-te descanso
Do viver que te humilhou.
-Imaginava-te feia,
Pensava em ti com terror...
És mesmo a Morte? Ele insiste.
- Sim, torna o Anjo, a Morte sou,
Mestra que jamais engana,
A tua amiga melhor.
E o Anjo foi-se aproximando,
A fronte do homem tocou,
Com infinita doçura
As magras mãos lhe cerrou...
Era o carinho inefável
De quem ao peito o criou.
Era a doçura da amada
Que amara com mais amor.

Manuel Bandeira

“ Ninguém quer morrer, entretanto, todo mundo morre. É uma eterna contradição. A religião oferece às pessoas uma esperança de que a vida não termina”.

(Renold Blank – prof. teologia Fac. de São Paulo)


“Parar de viver”, ou “aquilo que cada pessoa aprende que ela é”.
As tentativas científicas, ou mesmo religiosas, de conceituá-la vão falhar indefinidamente. No fim das contas, o bem-estar com relação à morte depende da força com que se acredita no que ela é.
O que acontece quando a vida humana finda?

As pessoas ressuscitam ou reencarnam?

E depois?
Em todas as religiões a morte não representa o fim
Crenças cristãs – é uma passagem, uma transcrição para uma nova vida.
Espiritismo e Judaísmo – uma etapa na evolução do espírito.
Um cético (no sentido mais estrito) acredita que após a vida, nada existe. Não há arrependimento, não há saudade, não há lamentos.
O paraíso é usado como forma de controle do que se faz em vida. Somente aqueles que se comportaram de um modo coerente com sua religião podem adentrá-lo. Aqueles que foram “pecadores” têm outro destino. No caso do catolicismo, você pode fazer todas as “maldades” que desejar em vida, desde que no último segundo se arrependa verdadeiramente. A idéia da vida após a morte é uma forma inteligente de controlar o comportamento das pessoas.
Filosofia - A sobrevivência do espírito humano à morte do corpo físico e a crença na vida e no julgamento após a morte já era encontrada na filosofia grega, em especial em Pitágoras, Platão e Plotino. Já Sartre, filósofo francês, defendia que o indivíduo tem uma única existência. Para ele, não há vida nem antes do nascimento e nem depois da morte.
Doutrina niilista - Sendo a matéria a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo.
Doutrina panteísta - O Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal. Individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, com a morte, à massa comum.
Dogmatismo Religioso - A alma, independente da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte. Os que morreram em 'pecado' irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso.
Budismo -prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta.
Hinduísmo – a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal.
Islamismo - Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina. Esta vida seria então uma preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno.
  Espiritismo - Defende a continuação da vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente
  Igreja evangélica - Acreditam no julgamento, na condenação (céu ou inferno) e na eternidade da alma.

Igreja Adventista do Sétimo Dia - os mortos dormem profundamente até o momento da ressurreição. Quem cumpriu seu papel na Terra recebe a graça da vida eterna, do contrário desaparece.
Igreja Batista -Crêem na morte física e na morte espiritual.
Catolicismo - A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório.
Judaísmo - Crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato.
Candomblé- Vê o poder de Deus em todas as coisas e, principalmente na natureza. Morrer é passar para outra dimensão e permanecer junto como os outros espíritos, orixás e guias.
Umbanda - Sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. Como não existe uma unidade ou um 'livro sagrado', alguns umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação e Carma.

RITOS FÚNEBRES

Há naturalmente os ritos e os rituais, complexos e envolventes, que devem ser respeitados em todas as culturas.

Há 50 mil anos que existe os Ritos Fúnebres
até chegar a atualidade, todos os  rituais
funerários que hoje se praticam estão baseado em
crenças e costumes dos tempos primitivos. Todos
temos incorporados no subconsciente estes Ritos e
Costumes que a modernização foi transformando. 
A primeira baseada no temor, onde todos os riscos estavam vinculados a crença de que se estas cerimônias não agradassem aos defuntos estes ficariam na terra e não poderiam descansar na eternidade.
 A segunda baseada no sentimento de que todos os ritos e cerimônias eram para honrar o ente querido.

Etiqueta Funeral no Japão
A vigília continua toda a noite e por muito tempo, , entre membros da família, os parentes, os conhecimentos e outras pessoas,  para passar uma última noite com os defuntos antes que ou estejam sepultado
O Dinheiro de Condolência
Tributo de flores
Mensagem De Condolencia  
Queima do incenso para o repouso da alma partida  



Curiosidades dentro dos costumes japoneses

Os japoneses costumam dizer antes de saborear o prato do dia a palavra "itadakimasu" que é uma forma de agradecer pela refeição. 

 Durante a refeição, jamais crave os pauzinhos (HASHI) em uma tigela de arroz e deixe-os dessa forma. É uma das maiores gafes que se pode cometer, pois no Japão costuma-se cravar os HASHI na tigela de arroz para deixar no altar em oferenda aos mortos. Passar a comida de Hashi em Hashi para outra(s) pessoa(s), pode não ter um significado muito bom. De acordo com a tradição japonesa, em um funeral, após o corpo ter sido cremado, os parentes recolhem e passam para os outros os ossos do ente querido de Hashi em Hashi.

Significado dos rituais fúnebre

Para a tradição budista, o importante é cultivar os sentimentos de gratidão em relação a tudo que devemos a nossos familiares que se foram, e também, aprender com o morto o que sua condição nos ensina sobre a impermanência de todas as coisas e sobre a inevitabilidade da morte – nosso destino comum. Os rituais fúnebres só são válidos na medida em que eles nos ajudam a tomar consciência dessas coisas.



Rituais Católicos Apostólicos Romanos


Os diferentes ritos dos funerais exprimem o caráter pascal da morte cristã e respondem às situações e tradições de cada região, mesmo com relação à cor litúrgica.
A escolha é feita dentro das condições financeiras da família. Para o cristão existe também a possibilidade de cremação do corpo.
O corpo do cristão é velado no cemitério, ou em casa ou na igreja. Normalmente se faz com caixão aberto, encimado por um crucifixo e ladeado por quatro velas acesas.
Envia-se coroas de flores com mensagem .
Durante o velório, pode-se cantar cantos religiosos, fazer orações e celebrar missa.

De acordo com a necessidade de consolar os enlutados, os Católicos realizam, espontaneamente práticas de confortar, com palavras e gesto, dirigindo-se aos parentes e amigos, do fiel defunto.
Há a prática do luto num período que compreende 7 dias, 30 ou 1 ano de acordo com a vontade dos familiares.
Após o enterro, depois de 7 dias, é celebrada uma missa pela alma do falecido onde se reúnem parentes e amigos;
Os católicos adotam o dia 2 de novembro como dia de finados, para se reverenciar os mortos, mas nada impede que nesta data ou em qualquer outra os parentes e amigos visitem os túmulos, podem acender velas, levar flores e rezar pela alma do falecido.

Rituais Evangélicos

Os Evangélicos condenam todo ritual ou cerimônia dirigida ao falecido(a).
O velório é dirigido para o bem estar mental, emocional e espiritual dos enlutados.
Não é permitido a presença de velas.
A presença do Pastor é importante.
A família decidirá em manter o caixão aberto ou fechado, e poderão, caso queiram, deixar o caixão sozinho.
A necessidade de consolar os enlutados é uma prática dos Evangélicos .

Os Evangélicos procuram enterrar o mais rápido possível,
Chegando-se ao cemitério o cortejo seguirá diretamente para o local do sepultamento, com ou sem uma cerimônia litúrgica.
Na comunidade Evangélica, não há a prática do Luto.
Após o enterro, a liturgia Evangélica não prevê nenhuma cerimônia, ou seja, missas ou orações em intenção aos mortos. Tampouco prevê descerramento ou inaugurações de túmulos.
Rituais Espíritas
Os Espíritas velam seus mortos tanto com caixão aberto como fechado, dependendo da vontade da família.
O velório é dirigido ao espírito, onde os presentes permanecem em preces em intenção a Alma criando-se um clima de vibração positiva em favor ao espírito desencarnado.
Chorar questionando-se a justiça da morte, é considerado prejudicial a essa vibração positiva, bem como qualquer pensamento derrotista.
O espírito se liga ao encarnado pelos pensamentos por isso vibrações positivas são benéficas.
Música ambiente durante o velório é permitida, ajudando as vibrações positivas.
Flores são recebidas embora não seja necessárias.
Os Espíritas não adotam o uso de velas. 
As condolências são dirigidas aos enlutados ( apesar dos Espíritas não adotarem o Luto como prática), evitando-se a expressão "Meus Pêsames", e sim "Meus Sentimentos".
Chegando-se ao cemitério o cortejo seguirá diretamente para o local do sepultamento que será enterrado sem nenhuma cerimônia litúrgica.
Não há a prática do Luto.
Após o enterro, os Espíritas não prevêem nenhuma cerimônia, ou seja, missas ou orações em intenção aos mortos.
Sempre que desejam de acordo com o foro íntimo de cada um, rezam positivamente para pedir boas vibrações para os desencarnados, tampouco está previsto descerramento ou inaugurações de túmulos.
Quanto ao túmulo, os Espíritas não adotam imagens e este poderá ser feito de acordo com a vontade e posses dos familiares.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei o texo,esta bem explicado,e eu prscisava de algum texto pequeno(para o meu trabalho)mas que fosse bem resumido!
e eu achei!
o texto é muito bom,repito,mas,poderia ser um pouco menor!